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O futuro do direito passa pela automação

Texto de Matheus Santil, Head de Parcerias e Novos Canais na Oystr - Robôs Jurídicos. Especialista em ciência do consumidor pela WCES - exclusivo para o Observatório AB2L
Publicado em
Hands in a digital universe background
Imagem: Freepik

Muito se fala a respeito da advocacia 4.0, e dentro disso surgiram alguns novos termos, temas, e até mesmo novas áreas. Ainda estamos aprendendo o que é Legal Design, Legal Ops e Visual Law, por exemplo. Mas uma coisa que já aprendemos é que a inovação e tecnologia chegaram para valer no Direito.

Um processo que foi um dos precursores da inovação tecnológica no Direito, é a automação de processos. O modelo mais conhecido hoje para automação é o modelo de RPA (sigla em inglês para automação robótica de processos), em que é desenvolvido um robô que simula ações humanas em sistemas internos e externos da empresa, substituindo a necessidade de uma pessoa executar aquela tarefa repetidas vezes.

Outro modelo conhecido, e que tem até mais apelo hoje, é a Inteligência Artificial. Aqui, não estamos falando de um robô ou sistema que apenas simulam ações humanas, mas que também sejam capazes de demonstrar certos níveis de sensibilidade. Um dos exemplos mais conhecidos de IA no mercado, é o case da Lu, do Magalu. Quando você entra em contato com a empresa por um dos canais de textos principais (chat ou whatsapp), a Lu interage contigo e, muitas vezes, acaba sendo a responsável por solucionar seu pedido, problema ou esclarecer dúvidas.

Mas por onde podemos começar com a automação de processos, dentro do direito? O primeiro passo, sem sombra de dúvidas, é o investimento em sistemas de gestão: ERPs e/ou CRMs. Ambas as ferramentas têm como objetivo o melhor controle das tarefas, a partir de indicadores de produtividade: tempo médio de execução de tarefas, quantidade de tarefas por pessoa, prazos, etc. Quando a empresa investe em uma destas ferramentas, fica muito mais fácil determinar quais as atividades que podem ser executadas por um robô e quais necessitam da execução humana.

Após isto, podemos ir para a automação de tarefas. Muitos dos sistemas acima, já possuem ferramentas de automação, mesmo que em um nível inicial, o que facilita que você inicie este processo pelo menos dentro da rotina de tarefas que são executadas dentro dos mesmos. Mas, como estamos falando do direito, sabemos que muitos dos sistemas em que precisamos trabalhar são externos: portais de clientes, tribunais, diário oficial e muitos outros. Nestes casos, é necessário o investimento em uma ferramenta que seja capaz de atuar dentro deles, mas que, se possível, seja integrado com os sistemas acima.

Neste momento, os robôs fazem bastante sentido, e cai bem a empresa investir em uma ferramenta como esta. O investimento em automação de tarefas, traz uma série de benefícios a qualquer empresa. Desde que comecei aqui na Oystr, percebo que no direito, os principais benefícios são:


● Mais tempo criativo disponível por pessoa;
● Aumento da produtividade da companhia;
● Redução de custos;
● Otimização da controladoria.


Existem muitos benefícios além destes, mas considero estes os principais, porque a tecnologia é apenas um braço da inovação. A ideia de inovar, como um todo, é sempre achar novas maneiras de fazer a mesma coisa de maneira simplificada, e com isso, os robôs de automação chegam com tudo! Para refletirmos sobre o benefício dos robôs, trago os seguintes dados do CNJ: Ao longo de 2021 houve 26,9 milhões de processos concluídos de um total de 27,7 milhões de novas ações. Destes, mais de 97% já chegaram à justiça em formato eletrônico. Apesar destes números terem sido muito impulsionados pela pandemia, vimos em 2022 e estamos vendo neste começo de 2023 como a tecnologia tem beneficiado uma série de atividades, logo o judiciário e o direito não ficariam de fora.

Para quem pensa em um sistema de justiça mais eficiente no nosso país, eu concluo que não há como isto acontecer sem o auxílio da tecnologia. A automação de processos aplicada ao direito, reduz drasticamente a probabilidade de erros, pois um humano que é capaz de fazer 200 a 300 protocolos por dia, por exemplo, está mais exposto ao erro, porque, por mais que seja uma tarefa simples, ele perde a capacidade de atenção. Outro ponto: e se eu usasse este humano para uma tarefa de média ou alta complexidade, em que eu preciso de uma interpretação mais completa dos fatos e dos dados? Será que, além de eu ganhar um funcionário mais motivado, eu também não aumentaria a chance de identificar novas oportunidades de melhoria e otimização das rotinas da empresa?

Com isto, podemos concluir duas coisas: a primeira é que temos ganhos tangíveis e intangíveis com a automação de processos, que vão desde a governança e otimização de processos, a um melhor relacionamento com o cliente e mais tempo para atualização e capacitação constante de pessoas; a segunda é que o seu escritório ou empresa, precisa investir nisso. E precisa investir nisso agora.

Matheus Santil é Head de Parcerias e Novos Canais na Oystr – Robôs Jurídicos; Especialista em ciência do consumidor pela WCES; Consultor e mentor de experiência do cliente e sucesso do cliente, Consultor de CX aplicado a processos ESG e professor de sucesso do cliente. Ao longo dos 7 anos de carreira, já auxiliou na construção de diversos processos de atendimento e jornada do cliente, incluindo a automação de fluxos repetitivos em todas as frentes que impactam na experiência do cliente e do colaborador.

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