A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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A startup mineira netLex, associada a AB2L, atraiu o maior investimento da sua história de 10 anos de vida. Em rodada fechada exclusivamente com o fundo americano Riverwood Capital, a empresa de gestão de contratos captou R$ 126 milhões. O valor é 1.300% superior ao que a startup obteve em suas duas rodadas anteriores, no total de R$ 9,6 milhões.
O negócio do netLex está dentro de um mercado conhecido como CLM, sigla para “Ciclo de vida contratual”, em português. Em bom mineirês, significa criar um fluxo mais inteligente para a gestão de contratos, incluindo a criação dos documentos, registros das negociações entre as partes, assinaturas e acompanhamento das cláusulas estabelecidas.
A startup faz isso a partir de uma plataforma, em que os clientes podem checar como andam as coisas. Quem usa os produtos do netLex são, principalmente, grandes companhias como Ambev, Samsung, iFood e Localiza. Elas respondem por 70% da receita – os 30% restantes estão em negócios de porte médio, com faturamento anual entre R$ 25 milhões e R$ 500 milhões.
“Nós atendemos mais de 100 das 500 maiores empresas do Brasil e 20 das 500 maiores do mundo”, afirma Flávio Ribeiro, fundador e CEO da startup. Advogado com experiência em fusões e aquisições, ele decidiu empreender ao perceber as dificuldades na execução dos contratos. “Controlar as obrigações posteriores era caótico, por Excel e ninguém fazia direito”, diz.
Criado com o também advogado Wagner Possas, atual COO, o negócio entrou em operação em 2014, com foco em ajudar escritórios de advocacia na criação dos documentos. O modelo atual, com um fluxo de serviços maior e mais integrado, começa em 2018, quando a startup pivota a atuação.Na mudança, atingiu o breakeven. O período marcou também a entrada dos primeiros recursos externos, um seed captado com a Canary e a Fundação Estudar – dois anos mais tarde, o Parceiro Ventures também entrou para o captable.
A nova captação foi antecipada pela gestora americana, fundada em 2008 e com portfólio de mais de 80 empresas investidas. Pelo planejamento dos sócios do netLex, a abertura da rodada sairia apenas nos meses finais deste ano. “O Riverwood começou a nos provocar, questionando o porquê de não adiantar a rodada e pisar um pouco mais no acelerador. E acabou que eles ficaram com todo investimento”, diz Ribeiro.
De acordo com o empreendedor, o sensor de urgência da gestora está relacionado a acelerar a presença da startup lá fora e também na evolução do produto mais rapidamente. Os dois tópicos são prioritários no uso dos 126 milhões que chegam ao caixa.
Hoje, o netLex já tem usuários em mais de 40 países. Em geral, funcionários de empresas que começaram a utilizar os serviços aqui e levaram para as operações em outros cantos do mundo. 10% da receita é faturada lá fora. “O nosso objetivo é chegar em 40% até 2027”, afirma Ribeiro. Para isso, a startup começa a montar times dedicados em alguns países, começando pela América Latina, com Colômbia, Chile, México e Argentina. A Europa também está no radar.
Em produtos, os investimentos serão para potencializar o uso de IA na entrega dos serviços, com a criação de regras para que profissionais de áreas como suprimentos e vendas tenham mais autonomia, sem a necessidade de acionar o jurídico das empresas com frequência em eventuais mudanças.
“Essa onda de IA em contratos será, na nossa visão, algo revolucionário. Vai mudar a forma como as pessoas interagem e tudo mais porque tira vários gargalos”, afirma o empreendedor.
É com esses passos que o netLex procura acelerar o crescimento, mantido acima do patamar de 50% ao longo dos últimos anos. Agora, prevê 80% em 2024 e 90% no ano seguinte.
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