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A 2TM — a holding que controla o Mercado Bitcoin — acaba de levantar US$ 200 milhões com o Softbank numa rodada que avalia a bolsa de criptoativos brasileira em US$ 2,1 bi (post money). A rodada é o maior Series B da história da América Latina e o segundo investimentos do Softbank em cripto na região, depois da gestora Hashdex. Os investidores atuais da 2TM — GP Investimentos e a Parallax Ventures — não acompanharam a rodada e estão sendo diluídos.
A 2TM fez um ‘dual track’: estava se preparando para um IPO ao mesmo tempo em que conversava com fundos e investidores estratégicos. Gustavo Chamati, que fundou a 2TM com seu irmão Maurício, disse que além do capital, o Softbank traz “um acesso à informação e um conhecimento muito grande,” que vão ajudar nos planos da empresa. A 2TM vai usar os recursos tanto para consolidar sua dominância no Brasil quanto para começar a internacionalizar o negócio na América Latina. “Queríamos fazer isso há algum tempo, mas esse investimento vai permitir fazer as duas coisas juntas: construir o mercado aqui e ir para outros países,” diz o fundador. Segundo ele, a expansão deve começar pela Argentina, México, Chile e Colômbia — e pode ser feita tanto de forma orgânica quanto via M&A. No México, o principal player é a Bitso, que há um mês foi avaliado em US$ 2,2 bi numa rodada liderada pela Tiger Global e Coatue. Na Argentina, o líder de mercado é a Ripio, que já tem 1,3 milhão de clientes e comprou em janeiro a BitcoinTrade, entrando no Brasil.
Um dos focos da 2TM será fomentar o mercado institucional brasileiro, que ainda responde por uma fração do volume de negociações feitas na plataforma. Na Coinbase, por exemplo, os institucionais já movimentam quase o dobro dos investidores de varejo — US$ 215 bilhões frente a US$ 120 bi no primeiro trimestre. “Precisamos primeiro desenvolver times capazes de atender esse cliente, de educá-los sobre a nossa oferta de ativos,” disse o fundador. “Mas tem uma frente que também é muito relevante, que é a custódia. O ‘institucional’ não topa investir sem a segregação de risco de ter uma custódia separada.” Outro plano: acelerar os diversos outros negócios que a 2TM controla, incluindo o MeuBank, a carteira digital multiativo que a 2TM acaba de lançar; o MBDA Digital Assets, de tokenização de ativos como precatórios; e o Blockchain Academy, o braço de educação.
Gustavo disse que o Mercado Bitcoin — que foi fundado em 2013 e deu origem à 2TM — ainda responde por mais de 90% da receita da holding, mas que a ideia é pulverizar cada vez mais a receita. O Mercado Bitcoin tem 2,8 milhões de clientes cadastrados, dos quais cerca de 1 milhão são ativos. O volume transacionado — que ano passado foi de R$ 6,5 bilhões — já passou de R$ 25 bi nos primeiros cinco meses deste ano, mais do que tudo que havia sido movimentado na plataforma de 2013 até o final do ano passado. A receita do Mercado Bitcoin vem de um fee cobrado cada vez que um negócio é fechado na plataforma. Segundo o site da empresa, as taxas variam de 0,015% a 0,7%.
Dealmaker e JP Morgan assessoraram a 2TM, cujos advogados foram o FM/Derraik no Brasil e Wilson Sonsini nos EUA.
Morrison Foerster e Pinheiro Neto assessoraram o Softbank.
Texto original de Pedro Arbex, publicado pelo Brazil Journal
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