Será que pega? Como funciona a semana de trabalho de 4 dias

Governos e empresas estudam fazer dela uma realidade. Com planejamento, é possível transformar a jornada em sua empresa e colher os benefícios dessa tendência
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Imagem: Getty Images

Texto original publicado pela Forbes


Será que a semana de 4 dias vai pegar? Empresas e países ao redor do mundo estão apostando nessa modalidade de trabalho que traz alguns ganhos, de acordo com os programas que já acontecem mundo afora. A ideia é reter talentos, combater os problemas de saúde mental que se multiplicam no ambiente corporativo desse pós-pandemia e formar equipes mais eficientes.

A economia de recursos em ter um escritório funcionando menos dias no mês é outro incentivo para as empresas. Em um teste feito em 2019, a Microsoft Japão concluiu que gastos administrativos, como o uso de papel e energia, diminuíram drasticamente quando os funcionários tinham três dias de folga. O experimento indicou ainda que os funcionários estavam mais felizes e 40% mais produtivos.

Semana de 4 dias no Brasil 
Por aqui, algumas empresas que estão experimentando o final de semana prolongado como parte da rotina. Zee.Dog, que adotou o modelo em março de 2020, a startup mineira especializada em análise de dados, Crawly, que opera com três dias de folga para seus funcionários desde sua fundação, em 2018, e a martech Winnin, que fez uma pesquisa entre seus funcionários e conclui que sextar antes da hora aumentou em 17% o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Na percepção da equipe da Winnin, a atenção ao bem estar físico e à saúde mental subiu em 50%.

…E no mundo
No Japão, a fabricante de eletrodomésticos Panasonic  anunciou em janeiro que adotaria a nova jornada de 4 dias. “Devemos apoiar o bem-estar de nossos funcionários”, disse o CEO do grupo, Yuki Kusumi, aos investidores na ocasião. Atualmente, a medida está prevista apenas para a matriz japonesa da empresa, mas a filial brasileira estuda a possibilidade. O governo japonês está considerando estender a semana de trabalho de quatro dias para todos.

Para melhorar a qualidade de vida, a Bélgica anunciou que seus trabalhadores podem requisitar uma semana de quatro dias como um teste de seis meses. Se der certo, podem permanecer com a jornada encurtada ou voltarem ao normal.

Na Islândia, segundo um relatório do thinktank Autonomy, 85% dos trabalhadores já podem trabalhar apenas quatro dias por semana.

A Escócia já aderiu à semana de quatro dias: os trabalhadores terão suas horas reduzidas em 20%, mas não vão sofrer nenhuma perda em compensação. O programa será patrocinado pelo partido vencedor das eleições, que tem um fundo de cerca de R$ 60 milhões. Algumas empresas escocesas já tinham testado o modelo.

Na Espanha, o governo espanhol concordou com uma carga horária semanal de 32 horas, ao longo de três anos, sem corte na remuneração. O programa piloto pretende reduzir o risco dos empregadores com um auxílio governamental que paga a diferença quando os colaboradores optarem pela semana de quatro dias.

Os Emirados Árabes Unidos começaram 2022 como a primeira nação no mundo a adotar uma jornada semanal de quatro dias e meio. O governo do país e as entidades locais vão operar em uma jornada semanal de quatro dias e meio, com o fim de semana começando ao meio dia da sexta-feira até o domingo.

Nos Estados Unidos, o deputado democrata Mark Takano fez um projeto de lei que reduziria a jornada habitual de 40 horas semanais para 32 horas.

O que pode dar errado
Um estudo recente na Nova Zelândia mostrou que nem sempre a semana de trabalho de 4 dias significa mais tempo off para os funcionários. Essa pesquisa mostrou que a opção feita por empresas daquele país aumentou o stress dos profissionais, uma vez que as cobranças e demandas continuam iguais, só que concentradas. Segundo os pesquisadores neozelandeses, reduzir a carga horária precisa vir junto com uma mudança no esquema de trabalho e na quantidade de entregas que cada trabalhador tem.

Uma alternativa seria aumentar o expediente diário. “Se a carga horária for de 10h por dia, é possível uma compensação sem perda de produtividade, os custos de prestação de serviço não se alterariam”, diz Uranio Bonoldi, especialista em tomada de decisão e professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral. Essa mudança, no entanto, só seria possível com uma nova legislação e, no momento, os projetos em tramitação no Congresso brasileiro para redução da jornada estão longe de chegar à conclusão.

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