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Você já imaginou a programação como uma das disciplinas obrigatórias para um advogado? A disciplina já faz parte de algumas matérias eletivas e deve se tornar cada vez mais presente nas universidades. Ivar Hartmann, professor na FGV Direito Rio, contou na LawTech Conference da StartSe desta quinta-feira (23) como a ciência de dados está se tornando uma ferramenta imprescindível para esses profissionais.
Para Hartman, os estudantes de direito terão duas opções depois de se formarem. “A primeira é trabalhar na iniciativa privada como júnior, fazendo um trabalho repetitivo e braçal para cinco anos depois ser demitido porque o escritório contratou uma lawtech para fazer o mesmo”, comentou. “A segunda opção é criar a lawtech ou o software irá causar a demissão”.
A tecnologia pode impactar do início ao fim no direito – desde em conciliações online para evitar novos processos até jurimetria, por exemplo. A inteligência artificial pode acelerar partes burocráticas como a escrita de petições, atuando na diminuição de tempo dos processos.
Ivar Hartman é LL.M (pós-graduado) em direito de tecnologia pela Harvard Law School e foi um dos coordenadores do “Supremo em Números”, projeto da FGV que usa a tecnologia para mapear dados do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é de analisar decisões, andamento e duração de processos, origens geográficas, entre outros.
Quando o próprio Hartmann foi estudar programação há alguns anos, poucos alunos eram de sua área de trabalho e alguns deles desistiram no meio do curso. Havia o pré-conceito de que a matéria seria perca de tempo, pois “não cai em concurso”. Os tempos mudaram – hoje a Harvard possui um curso próprio para ensinar programação a advogados.
Mas um advogado não precisará ir para Harvard para fazer um curso de programação específico para sua área. A FGV Direito Rio lançou um curso de extensão de 60h de programação para advogados e empreendedores. “No curso, há introdução à programação Phyton, funções, exercícios com base de dados. Os alunos se reúnem em grupos e apresentam para uma banca com pessoas do mercado, diretores de lawtechs, um pitch da startup que construíram”, conta Hartman. Como exemplo de aplicação real na rotina, ele mostrou um script feito por uma aluna que gera petições de habeas corpus.
“Depois de querer fazer uma disciplina de programação e quase ter um ouvido um não, depois de ver tantos alunos que vão se formar em direito aprendendo a programar, está muito claro que precisamos mudar o ensino jurídico. Isso começa na programação”, afirma o professor.
Para Ivair, o mindset dos profissionais jurídicos deve ser transformado enquanto os profissionais ainda estão na faculdade, e não dez anos depois de formados. “Não adianta esperar pelo futuro do ensino jurídico, nós temos que fazê-lo”, finaliza.
Fonte: STARTSE
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