A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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O ano de 2017 foi produtivo para a indústria de venture capital no Brasil. Houve um aumento no número de transações em comparação a 2016. Fundos de venture capital consultados pelo Lexis 360 afirmaram que identificaram várias iniciativas ganhando força e amadurecendo o ecossistema empreendedor do país, inclusive há mais tempo, nos últimos sete anos. Atualmente, por exemplo, há cerca de 20 casas investindo e atuando no mercado de capital de risco.
Na base da cadeia dos investidores, houve tanto o surgimento dos investidores-anjo quanto o de aceleradoras, que também aportam capital após a entrada dos anjos em estágios incipientes das startups. Francisco Jardim, sócio-diretor da SP Ventures, que conduz investimentos em venture capital no país, percebeu que os últimos seis investimentos do fundo nasceram dentro de aceleradoras. “A base de investimento de venture capital está ligada aos anjos e aceleradoras”, afirmou.
Segundo a pesquisa “2017: perspectivas dos investidores sobre fundos de private equity e venture capital no Brasil”, desenvolvida pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), o principal desafio para os investidores internacionais nos mercados de private equity e venture capital está relacionado às incertezas nos cenários político e macroeconômico, o que afeta praticamente todos os setores da economia.
Desenvolvido entre abril e maio do ano passado, o estudo contou com a participação de 40 investidores nacionais e internacionais. O levantamento apontou que os investimentos no país apresentaram uma boa relação entre risco e retorno, quando comparados às oportunidades em mercados desenvolvidos, além de possuir um ecossistema de private equity e venture capital consolidado.
Na opinião de Jardim, o investidor quer ver o negócio estruturado e maduro, sem correr risco operacional. “Não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo, o fundo não gosta de entrar em um negócio pré-operacional. Ele quer entrar quando o negócio já está validado”, destacou. O executivo admitiu que uma simplificação tributária seria bem-vinda, como aconteceu no Reino Unido, onde investidores-anjo ou de venture capital em estágio incipiente têm benefícios tributários em termos de ganho de capital por investirem em startups.
Risco como chave mestra
Tendo em vista que venture capital ou capital de risco é um tipo de investimento de risco por natureza, os investidores aportam recursos em projetos-semente, também conhecidos como startups, com potencial de crescimento no longo prazo. O objetivo é alavancar rapidamente o negócio e aumentar o faturamento dessas novas empresas.
Por serem de risco elevado, esses aportes financeiros devem ser gerenciados por investidores com experiência e conhecimento específico. Segundo Derek Bittar, cofundador da IndicatorCapital, em ecossistemas emergentes de startups como o brasileiro, existe uma grande quantidade de investidores qualificados mas com baixa experiência em capital de risco. Ele defende que um investimento deste tipo é mais bem gerenciado por fundos de venture capital ou investidores-anjo que tenham um alto grau de sofisticação e disciplina.
Por outro lado, os empreendedores buscam não só um aporte, mas também uma interação mais aprofundada com os investidores. Bruno Feigelson, presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) e sócio do Lima ≡ Feigelson Advogados, considera que os fundos de venture capital têm que ter uma visão abrangente para compreender os problemas, interagir com o ecossistema das startups e apostar nele. “Precisamos de venture capitals com mais propósito, uma percepção maior de contribuição com a sociedade, porque na medida em que você gera valor, o dinheiro entra”, argumentou.
Para Feigelson, criar um ambiente de estabilidade e segurança para esses investimentos é bom para a economia, mas com racionalidade, senão o dinheiro pode escoar. O empreendedor acredita que será criado mais de um fundo focado em lawtechs neste ano. “Essas conversas já estão acontecendo. O mercado está enxergando potencial em um país que tem mais de 100 milhões de ações e 1 milhão de advogados. Gastam-se alguns bilhões com o mercado jurídico, não dá para imaginar que não tem empresa interessante”, comentou.
Com a tendência na queda de juros, investidores tradicionais buscarão novas oportunidades para suas carteiras em 2018. Assim, de acordo com Bittar, ativos alternativos com alto potencial de retorno vão se tornar mais atrativos. “Esperamos que o número de investidores e empreendedores continue aumentando em 2018 e que o ecossistema brasileiro continue amadurecendo e se sofisticando”, disse.
Por Paula Dume
Fonte: https://goo.gl/ArovGG
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