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Advocacia à beira mar: entenda porque Florianópolis e Recife são ideais para investir

Publicado em
KURIER
Imagem: Kurier

Publicação original, Análise Editorial

Para compreender o ambiente de inovação para escritórios e empresas jurídicas, a Análise Editorial conversou com dois líderes expoentes das regiões

Duas ilhas se destacam quando o assunto é tecnologia e inovação. Florianópolis e Recife (mais precisamente o Bairro do Recife) conseguiram, por meio de um ambiente propício ao empreendedorismo digital, destacar-se com um mar de startups, legaltechs e lawtechs.

A capital de Santa Catarina sempre teve destaque no Índice de Cidades Empreendedoras 2023 pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). A cidade chegou a liderar o ranking na primeira edição em 2014. 

Atualmente, Florianópolis é considerada a segunda cidade mais empreendedora do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo (SP), apesar de possuir 11 milhões de habitantes a menos, de acordo com o Censo de 2022. A reputação de ser uma incubadora de novos negócios lhe rendeu o apelido de “a Ilha do Silício”.

Recife (PE) demonstrou sua inventividade quando, em 2000, criou o Porto Digital. Essa iniciativa surgiu da necessidade de desenvolver uma nova agenda econômica para o Estado de Pernambuco. Empresários, membros da academia e representantes do setor público apresentaram o projeto de política pública para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ao governo estadual, que abraçou a ideia. Foi na localização do Bairro do Recife, uma área histórica da cidade margeada pelo encontro dos rios Capiberibe e Beberibe com o Oceano Atlântico, que o Porto Digital ganhou forma. Hoje, a cidade é sede de três dos cinco escritórios de advocacia mais antigos da região Nordeste, de acordo com o ANÁLISE ADVOCACIA REGIONAL 2023.

Em um escritório moderno, com luzes LED e bonecos do mestre Yoda, Thiago Schütz optou por fundar o Silva Schütz Advogados (SSADV), escritório especializado em empresas de tecnologia, inovação e investimento. Seus clientes variam desde jovens empreendedores que estão idealizando novos negócios e avaliando as estruturas jurídicas necessárias para a implementação, até empresas já consolidadas, cujos fundadores buscam oportunidades de venda (Exit) de seus negócios.

O advogado contou que os clientes esperam atendimento mais ágil e direto, o que demanda uma estrutura específica. “É um setor com demandas completamente diferentes das tradicionais. No escritório tradicional, você está preocupado com a decoração mais séria, se vai servir café expresso e atender as pessoas em uma sala de reunião com lustre e falar sobre processo judicial. Em escritório de tecnologia ninguém está ligando para cafezinho, se tiver Coca-Cola gelada é melhor”, contou.

O ambiente que ajudou a pavimentar as demandas por aparatos jurídicos, como os oferecidos por Thiago Schütz, foi registrado pelo ICE. Infraestrutura, inovação e capital humano são os três pilares que Florianópolis se destaca. Com notáveis scores de determinantes como infraestrutura tecnológica e tamanho da economia criativa, a capital catarinense tem no boom tecnológico a maior fonte de arrecadação do município.

“O que realmente catalisou a ascensão de Florianópolis nesse cenário foi a meticulosa organização de um ecossistema interconectado. Empresas já estabelecidas abriram caminho, criando ambientes propícios para o florescimento de startups e novos negócios. Adicionalmente, o envolvimento proativo do Poder Público, ao facilitar a criação de espaços dedicados à inovação, desempenhou um papel fundamental”, comentou Thiago.

Motivadores como ambiente regulatório, acesso a capital, cultura empreendedora e capital humano também tornam Florianópolis um destino para empresas de inovação. “Observamos uma demanda crescente por assessorias jurídicas que estejam intrinsicamente familiarizadas com as particularidades das empresas voltadas à tecnologia, inovação e investimento”, contou Thiago.

“Florianópolis sempre apresentou um magnetismo natural, atraindo indivíduos dos estados vizinhos. Contudo, nos últimos tempos, o boom do setor de tecnologia na cidade catalisou uma migração ainda mais intensa, atraindo profissionais de diversas regiões do Brasil”, disse.

Sobre o apoio que a prefeitura fornece a esses novos negócios, o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Juliano Ritcher Pires, listou algumas medidas tomadas pela prefeitura. “Através de uma combinação de fatores, incluindo um ecossistema de startups, Florianópolis oferece oportunidades para aqueles que buscam integrar a inovação ao mundo jurídico”, contou.

“Tudo isso é resultado de iniciativas promovidas pela prefeitura, como o Floripa Mais Tec, que democratiza o acesso ao ensino tecnológico para todos, oferecendo cursos de Tecnologia gratuitos, e também o programa Juro Zero, que visa fomentar o empreendedorismo e desenvolver a economia do município, liberando R$5.000 para microempreendedores e R$10.000 para microempresas”, explicou Juliano.

Na virada do milênio, a capital de Pernambuco foi introduzida a uma nova forma de empreender, com o objetivo de realizar uma transformação urbana para atrair inovação e estimular mudanças econômicas e sociais, gerando empregos. Isso se concretizou com a ocupação do bairro do Recife, mais conhecido como Recife Antigo.

Para administrar o parque digital, foi adotada a metodologia do Triple Helix (hélice tripla), criando uma Organização Social (OS), o Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD). O Porto Digital abrange uma área de 171 hectares no Recife, ocupando um quadrilátero nos bairros de Santo Amaro e parte dos bairros de Santo Antônio e São José. Em 2014, houve uma expansão para o Agreste. Em Caruaru, o Porto Digital também opera o Armazém da Criatividade, localizado no Polo da Moda da cidade.

Atendendo 18 escritórios eleitos Mais Admirados no anuário ANÁLISE ADVOCACIA além de outras centenas de empresas, a Kurier Inteligência Jurídica está no coração do Porto Digital. O diretor comercial da empresa, Fred Ferraz, relata que o ecossistema gerou uma grande troca de experiências, e o intercâmbio de ideias entre as empresas proporcionou inovação tecnológica para todos os setores, inclusive o jurídico.

“O Porto Digital é extremamente importante para a Kurier, e ainda é. Existe muita troca de tecnologia porque as empresas se conversam muito. O fato de estar fisicamente no mesmo ambiente permite muita troca”, comentou Fred.

Entre as demandas mais solicitadas à Kurier, a descoberta de novos processos é um produto bastante requisitado pelos departamentos jurídicos. Soluções tecnológicas, softwares de jurimetria, atualização de andamentos processuais, dados jurídicos e atualização de processos encerrados fazem parte do cotidiano da Kurier. “Eles [os clientes] solicitam muito a análise preditiva. Nós, além de antecipar a notificação da justiça, já mandamos a probabilidade de ganhar ou perder o processo, o tempo médio de duração e a estimativa de valor médio de condenação”, contou Fred.

O diretor comercial ainda afirma que mesmo os escritórios super tradicionais não resistem mais à tecnologia.

“Já houve resistência lá em 2001/02, mas hoje em dia não mais. Os advogados achavam que a tecnologia era uma inimiga. Hoje eles percebem que ela é uma aliada. O advogado exerce melhor sua profissão quando começa a usar a ferramenta certa”, afirmou Fred.

Sobre as perspectivas no cenário de negócios em Recife, Fred é otimista e destaca os resultados. “O faturamento apenas do Porto chega a R$ 5 bilhões. São mais de 350 empresas, e não há nenhuma que não pense em tecnologia”

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