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LEGALTECHS, AS STARTUPS DA ÁREA DO DIREITO, NÃO VÃO SUBSTITUIR OS ADVOGADOS, DIZ ENTIDADE

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As legaltechs, também chamadas de lawtechs, estão ocupando cada vez mais espaço no cenário de startups brasileiras. Elas fornecem produtos e serviços que procuram atender as demandas de advogados, escritórios e departamentos jurídicos através de inovações tecnológicas.

Neste ano, mais de 30 empresas do ramo resolveram juntar-se para formar a primeira associação especializada. A Associação Brasileira de Lawtech e Legaltech (AB2L) foi fundada no dia 6 de julho de 2017 e pretende divulgar o real potencial que esse tipo de startup oferece ao mercado jurídico.

Alguns dos representantes da AB2L participaram de um debate realizado na Veirano Advogados no dia 17 de julho com o propósito de sanar algumas das principais dúvidas de escritório e advogados sobre o assunto.

Na mesa, estavam presentes Erik Nybo, sócio do SBAC Advogados e ex-gerente jurídico global da Easy Taxi, Bruno Feigelson, Presidente da AB2L, CEO e fundador do Sem Processo e sócio do Lima Feigelson Advogados, Gabriel Senra, CEO e fundador do Linte, Alan Thompson, vice-presidente da Advise Brasil e Rafael Heringer, fundador e CEO do Jurídico Certo.

A legaltech ou lawtech não foca em serviços customizados
Uma pesquisa realizada pela AB2L mostra que 62% dos escritórios de advocacia estão procurando por um serviço customizado quando se trata de inovação tecnológica especializada.

O problema é que serviços personalizados desde o código fonte não fazem parte do modelo de negócio de uma startup. “As startups são empresas que procuram alavancar produtos escaláveis. Ou seja, ela quer trazer para as prateleiras soluções aplicáveis a vários tipos de problema”, disse Nybo.

O grupo explicou que a própria customização, apesar de parecer uma boa opção para o contratante no início, pode representar um problema ao longo do tempo. “Quando você desenvolve um software específico do zero para uma empresa, você resolve o problema apenas em curto prazo. Daqui a dois ou três anos, aquilo já vai estar ultrapassado e não vai ser capaz de se adaptar às suas necessidades”, afirmou Senra.

“As legaltechs não precisam ser customizadas desde o código fonte. Elas oferecem uma parametrização personalizável, permitindo que você enxergue apenas o que quer enxergar”, disse Thompson.

As legaltechs não vieram para substituir o advogado
“A nossa filosofia é a de que sejamos uma ferramenta e não uma forma de substituição”, afirmou Nybo ao explicar mais sobre a AB2L.

Para os representantes das startups, a inteligência artificial deve ser utilizada para diminuir o gasto de tempo com serviços automáticos. Dessa forma, os profissionais podem voltar suas energias para a resolução de problemas realmente complexos.

Apesar das tendências presentes no mercado americano, que são mais voltadas ao ramo do “faça você mesmo”, as legaltechs brasileiras têm investido em complementar a atividade do advogado. “Mesmo em aquelas startup que oferecem um serviço voltado ao público leigo exigem a presença de um advogado intermediando essa relação”, afirmou Nybo.

Portanto, a maioria das lawtechs do mercado oferecem uma forma mais rápida para o profissional de gerar documentos e contratos e de gerir pessoas e processos. Umas das grandes tendências atuais também é a dos marketplaces — lugares digitais que permitem o encontro de pessoas que oferecem um determinado serviço com potenciais clientes.

O Jurídico Certo, por exemplo, é uma rede onde pessoas físicas ou jurídicas à procura de um advogado podem encontrar um banco grande de profissionais a sua disposição.

Os escritórios realizam um grande papel no crescimento destas empresas
A pesquisa realizada pela AB2L mostra que 88% das empresas que responderam seu questionário estão ávidas pela implementação de tecnologia. 95% estão abertas a todo tipo de inovação capaz de solucionar seus problemas cotidianos.

Muitas delas, porém, ainda continuam presas às demandas básicas. “Percebemos que a maioria dos escritórios não pedem soluções disruptivas. Acreditamos que a raiz do problema está, primeiro, no desconhecimento que eles possuem das tecnologias disponíveis. Em segundo lugar, pensamos que ainda existe um grande espaço para a criação de tecnologias de qualidade nesse ramo aqui no país”, afirmou Nybo.

Segundo a pesquisa, a maioria das empresas pede tecnologias concentradas demais no monitoramento de legislativo e de jurisprudência. “Podemos inovar nas áreas de análise, assim como na de gestão e financeiro, por exemplo”, disse Nybo.

Para Feigelson, um dos maiores aliados na implementação de tecnologias produzidas por legaltechs têm sido os departamento jurídicos. “A partir de junho e julho de 2016 estamos tendo uma abertura muito grande. Os departamentos são os mais abertos, eles estão mudando. Acredito que eles sejam, hoje, nossos principais parceiros tecnológicos”, disse ele.

“É bom que as empresas percebam que as vantagens de ficarem do nosso lado. Afinal, o progresso natural é em direção à automatização das coisas. É perigoso porque se não resistirmos bem aqui no Brasil e crescermos juntos, empresas estrangeiras logo chegam ao mercado e tomam conta completamente”, diz Feigelson.

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