A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Por José Paulo Graciotti
Vamos partir da fórmula transformadora, que todo e qualquer escritório deve adotar para atingir maior eficiência, produtividade e principalmente competitividade: “(E+G) x (IT3 +Q)“ onde: E é Estratégia, G é Governança, I é Informação, T3 é o trinômio Tecnologia, Talento, Trabalho e tudo isso somado à Q, a Qualidade.
Todos os componentes são sensíveis a investimentos, mas três deles são particularmente mais impactados pela política de investimento que a empresa adota (notem que novamente utilizo a palavra empresa, pois é isso que escritórios de advocacia são). São eles: Tecnologia, Talentos e Qualidade!
Tecnologia: O padrão americano de investimento em tecnologia (pois são eles que mais investem em tecnologia no Direito), entendendo-se aqui o termo investimento erroneamente como todos os custos e despesas direcionadas à tecnologia, ou seja, licenças de softwares, manutenções, atualizações, desenvolvimentos, hardware, links e equipe interna e terceirizadas, gira em torno de 3% a 7% do faturamento bruto.
Para que um escritório se mantenha competitivo no mercado, deve investir pesadamente em sistemas de automação de documentos, sistemas de seleção, arquivamento, indexação e busca inteligente de informações (também chamado de Knowledge Mangement), Analytics (BI e predição), colaboração interna e com clientes e tudo mais que a tecnologia pode oferecer na atualidade (IA, Algoritmos, Machine Learning etc.) para melhorar a eficiência e produtividade.
Talentos: Partindo-se dos seguintes princípios (que infelizmente alguns escritórios ainda não se deram conta): (i) “ O patrimônio de todo escritório de advocacia desce o elevador todos os dias e vai para casa e (ii) Empresas prestadoras de serviços intelectuais “vendem tempo de cérebro” de seus profissionais, essas empresas são 100 % formadas por pessoas e trabalhando 100% para pessoas e por esses motivos a atenção ao fator humano e fundamental.
A empresa americana Caliper, especializada em traçar perfil psicológico de profissionais publicou, há algum tempo, uma estatística preocupante onde mostra que apenas 7% a 12% dos advogados e sócios de escritórios tem o atributo da sociabilidade desenvolvido. Entenda-se aqui o termo como a capacidade de desenvolver uma relação de empatia com clientes e colaboradores e isso mostra claramente a dificuldade que que estas empresas podem encontrar neste quesito.
A preocupação, a atualização os investimentos (não somente financeiros) constantes nas políticas de atração, motivação e retenção de talentos são fundamentais para a saúde e perenidade dessas empresas.
Qualidade: Este é outro de extrema importância e que tem se alterado al longo dos últimos anos. Tradicionalmente, o grande diferencial entre escritórios sempre foi a capacidade e qualidade técnica (obviamente jurídica) de seus sócios e colaboradores o que , em parte, justificou a grande onda de terceirização de serviços jurídicos ocorrida no Brasil entre as décadas 1990 e 2000.
A abertura do mercado brasileiro possibilitou o crescimento explosivo do mercado jurídico criando uma massa concorrente, competitiva e mais preparada. Esse fenômeno associado às mudanças tecnológicas, crise econômica, novos players (ALSP’s) e principalmente à ascensão das novas gerações (gerações Y e Z), transformaram a forma como é percebida a qualidade nas agora chamadas empresas prestadoras de serviços jurídicos.
Investimento em sistemas de controle de qualidade na prestação dos serviços devem ser largamente aplicados / ultilizados com a adoção de KPI’s específicos para avaliar, por exemplo, tempos de resposta, satisfação do cliente, além da adoção de sistemas (não só tecnológicos) que garantam acesso fácil e intuitivo pelos clientes às suas informações. Esses são apenas alguns exemplos de como alterar a percepção de qualidade pelo cliente, além da obrigatória qualidade técnica.
Escritórios devem ter em mente que são empresas prestadoras de serviços, num mercado extremamente competitivo e os clientes estão se tornando consumidores. Nesse ambiente, a palavra fidelidade depende de se continuar satisfazendo-os e se possível surpreendendo-os sempre com novidades que os deixem felizes.
José Paulo Graciotti é consultor, palestrante internacional, autor do livro “Governança Estratégica para escritórios de Advocacia”, já editado em 3 idiomas, sócio e fundador da GRACIOTTI Assessoria Empresarial
FONTE: //www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI318025,101048-Escritorios+de+Advocacia+Onde+investir+em+2020
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