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Tudo indica que o século XXI terá de renascer após a pandemia. Apesar
dos imensos avanços da Ciência e da Tecnologia (C&T), a humanidade foi
surpreendida por eventos há muito anunciados, mas nunca levados suficientemente a sério por autoridades de países desenvolvidos e emergentes. Sinais dolorosos enviados pelas epidemias do ebola, varíola, H1NI e Sars, para citar as mais recentes, não serviram de alerta para governos e instituições e foram acomodadas em círculos e redes de pesquisa, não raramente desdenhados em suas advertências.
A Covid-19, ainda em desenvolvimento, já deixou profundas cicatrizes
na face do planeta. Não foi a primeira pandemia, é certo. Mas é a mais letal dos últimos 100 anos. Após a gripe espanhola de 2018, que castigou o planeta por 15 meses, e matou cerca de 50 milhões de pessoas, a ciência aprendeu sobre o vírus, descobriu vacinas, desenvolveu a cura de doenças e estruturou redes de proteção e de saúde pública. O que ajudou a controlar sua expansão e a mitigar efeitos perversos, sem conseguir, no entanto, conter seu impacto desorganizador das sociedades.
A atual crise gerada pela Covid-19 já deixou em seu rastro pelo menos três
grandes marcas: a primeira está cravada no alto custo em vidas e sequelas que feriram populações imensas em um curto espaço de tempo; a segunda responde pela aguda recessão e consequente diminuição do emprego, de salários e de renda, fechamento de empresas e desorganização da economia, com aumento das desigualdades e da pobreza; a terceira está ligada à corrosão institucional e à disseminação do medo e da perplexidade na sociedade.
A enorme onda de insegurança que percorre os países afetará de maneira duradoura o modo de se viver e trabalhar, com impactos de longa duração
na economia mundial, particularmente danosos aos países em desenvolvimento como o Brasil. As decisões de hoje desenharão os contornos das sociedades para as próximas gerações, que terão de aprender a conviver com a incerteza.
Essa nova realidade terá especial significado para a educação, para a produção de ciência e a tecnologia. E exigirá mudanças substantivas de nossas escolas e universidades. O mundo de ponta-cabeça
A conclusão acima é do Committee for the Coordination of Statistical Activities (CCSA), organização supranacional, que reúne mais de 30 instituições, da ONU, OMS ao Banco Mundial, e tem como principal ofício a geração de dados estatísticos confiáveis. Pelo CCSA o mundo ficou sabendo que, em abril de 2020, a pandemia tomou conta de mais de 200 países e matou 17 pessoas por minuto. Até maio, a crise gerada pela Covid-19 havia empurrado para a pobreza extrema cerca de 60 milhões de pessoas, e mesmo em países mais ricos, 36% das famílias esgotaram seus recursos básicos após três meses sem renda.
No plano mundial, o impacto sobre o emprego é o maior desde a Segunda
Guerra Mundial, com perdas agregadas de mais de 10% de horas agregadas de trabalho, ou o equivalente a 305 milhões de trabalhadores em jornada integral. Essa é a maior causa da ampliação da condição de vulnerabilidade, antessala da extrema pobreza. Cálculos da Rede de Pesquisa Solidária
para o Brasil apontam para a dimensão do impacto:
• Um quarto dos trabalhadores brasileiros (23,8 milhões de pessoas) foram
identificados como vulneráveis em razão da pandemia. Ou seja, trabalhadores que já perderam a condição anterior de estabilidade de renda.
• Mais de 70 milhões de pessoas (cerca de 80% da força de trabalho)
passou a experimentar algum tipo de vulnerabilidade em meio à crise.
• A distribuição dos grupos vulneráveis nas unidades da federação é basicamente homogênea, o que significa que todos os estados brasileiros
terão seus mercados de trabalho afetados de forma semelhante. Ou seja, os trabalhadores identificados como mais vulneráveis, seja em São
Paulo, seja no Maranhão, respectivamente o estado mais rico e o mais
pobre do país, estão igualmente sujeitos à perda significativa do emprego ou à deterioração da renda. Os trabalhadores, que ocupam posições
e vínculos mais instáveis em setores considerados pelo governo como
não essenciais, pertencem ao grupo dos extremamente vulneráveis.
A perda de renda, do emprego, diminuição da jornada de trabalho, redução salarial ou a impossibilidade de acesso ao mercado (situação especialmente
crítica para os trabalhadores informais) já empurrou cerca de 60 milhões de
pessoas para a extrema pobreza em todo o mundo.
No Brasil, pesquisadores identificaram diferenças na condição de vulnerabilidade entre homens e mulheres, assim como entre negros e brancos. A diferença da vulnerabilidade de negros(as) e brancos(as) é resultado das diferenças de vínculo: brancas(os) têm vínculos mais estáveis e negras(os) têm vínculos mais frágeis.
Projeção feita por pesquisadores da USP, do Centro Brasileiro de Análise
e Planejamento (Cebrap) e do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) captou
uma nova dimensão da vulnerabilidade: homens brancos e mulheres brancas entraram na condição de “novos vulneráveis”. Apesar de gozarem de maior estabilidade, estavam empregados em setores não essenciais, que paralisaram suas atividades. Essas mesmas pesquisas mostraram que os grupos “tradicionalmente vulneráveis”, compostos por homens e mulheres negras são mais vulneráveis que os “novos vulneráveis”.A desarticulação do mercado de trabalho certamente se erguerá como um dos maiores obstáculos à recuperação da economia, assim como o aumento das
desigualdades e da pobreza dificultarão a estabilidade social.
Ponto de não retorno
Crises, em geral, revelam o pior e o melhor das sociedades. Após os ataques
terroristas do 11 de Setembro, os mais diferentes governos aumentaram os dispositivos de vigilância sobre seus cidadãos a vigilância governamental dos cidadãos aumentou exponencialmente e novas guerras explodiram. Após a quebra das finanças em 2008, os bancos retornaram às condições anteriores por conta da ajuda de governos e de cortes em serviços públicos essenciais. Mas as crises também torna possível alterações no próprio tecido da normalidade. Expectativas dissonantes desse calibre estão presentes nas análises atuais, em diferentes campos e disciplinas.
Nas atividades de Ciência e Tecnologia (C&T) não poderia ser diferente.
A crise atual aponta para uma inflexão na trajetória dos países, em especial
dos países emergentes como o Brasil que exibe um crescimento desordenado da dívida pública, queda do investimento externo, dificuldades fiscais e esgotamento das empresas. Diminuição do emprego, da renda e aumento da pobreza purgarão como chagas abertas por um longo período. Os impactos da Covid-19, para além do rastro de sofrimento e desolação no curto prazo, exigirá mudanças na atividade econômica, no universo da política, nas relações com o meio ambiente, na educação e na C&T.
E uma sintonia fina entre a razão política e a econômica, como afirma Jeffrey Frieden (2020, p.9), professor de Harvard. A Economia Política estuda e explicita a integração de fatores econômicos e políticos na sociedade moderna. É praticamente consenso que política e
economia estão intricada e irremediavelmente entrelaçadas e que a política
altera a economia e a economia afeta a política. A consolidação dessa visão
possibilitou avanços na compreensão do comportamento de governos e a
reação das sociedades. Esse entrelaçamento se constituiu ao longo do tempo como uma poderosa ferramenta para todos os interessados em mudar governos e transformar sociedades. Um dos maiores desafios que o Brasil terá de superar reside na atuação de um governo disfuncional, que tenta operar por meio de uma equipe econômica ultraliberal no comando de políticas que terão, obrigatoriamente, de se valer do suporte do estado, tido e havido como o vilão a ser reduzido à insignificância.
A súbita inversão de papeis, de regras e leis que geraram uma imprevista
desorganização estrutural no país coloca a necessidade de se refazer a engenharia institucional da sociedade brasileira, de seus negócios, da política e da vida, para que seu DNA seja mais humano, seguro e civilizado.
As atividades de produção de conhecimento, de geração de métricas e
dados confiáveis para o desenho de políticas públicas eficientes ocuparão um lugar especial nesse cenário. Ao não valorizar devidamente a C&T, que sofre constantes cortes de verbas e não é efetivamente tomada como prioridade, o Brasil fragilizará ainda mais o sistema de inovação a duras penas construído nos últimos 30 anos. Um paradoxo flagrante, dada a intensa atividade de milhares de pesquisadores que transformaram as universidades em epicentros da busca acelerada de soluções para a Covid-19. A ciência brasileira superou-se na identificação rápida das ameaças do coronavírus e desenvolveu mecanismos de proteção que ajudaram a mitigar seus efeitos devastadores. A duras penas, pois o desdém do governo pela ciência nunca demonstrou qualquer disposição para a trégua.
No Brasil, a pesquisa científica projetou-se como uma das primeiras no
mundo a sequenciar o genoma do vírus e a replicá-lo em laboratório, o que permitiu a realização de testes em todo o país. Redes de pesquisa foram criadas. As Universidades, públicas e privadas, se mobilizaram em todos os campos e áreas, nas exatas, biológicas e nas humanidades. Para além da assistência, instituições hospitalares agiram em parceria com instituições públicas para a realização de testes e pesquisa. Institutos nacionais estaduais e municipais, a exemplo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), se concentraram na busca de novos medicamentos. Agências de fomento (como CNPq, Finep, Embrapii, Fapesp) associaram-se a entidades ligadas à inovação (como Senai) e anunciaram programas de emergência voltados para se encontrar soluções em todos os âmbitos da crise: na saúde, na gestão, na produção de dados confiáveis, no controle de casos, na previsão, na fabricação de equipamentos e de medicamentos. Desse ponto de vista, a mobilização nacional continua ampla e solidária, similar à ocorrida em grande parte dos países assolados pela Covid-19. Apesar de todas as fragilidades, a resposta dos pesquisadores brasileiros mostrou-se mais do que relevante.
O flagrante descaso oficial celebrado por autoridades com ataques e desvalorização da ciência e das universidades antes da eclosão da crise atual mostrou-se desprezível diante da efervescente atuação da comunidade científica brasileira, que aprofundou as sinergias entre as engenharias, a física, a química, a biologia e em todas as áreas de humanidades, da economia à sociologia, da ciência política à psicologia.
A forte disposição demonstrada pela comunidade acadêmica foi fundamental para dar uma dose de credibilidade às medidas de distanciamento físico promovidas por vários governos estaduais e municipais, em aberto contraste com o comportamento errático da Presidência da República e, mais recentemente, do próprio Ministério da Saúde. A velocidade da resposta permitiu entrever o enorme potencial que o Brasil possui para a geração de conhecimento voltado para o desenvolvimento do país. Disposição semelhante também percorreu o universo de startups, marcado pela busca e propagação de soluções para a crise. Ainda que em um grau menor, preocupações nesse sentido também estiveram presentes em médias e grandes empresas, em especial as mais inovadoras. Embora em número reduzido, várias se engajaram na fabricação e manutenção de equipamentos e instrumentos de segurança. Mais importante ainda, o Brasil pode assistir ao nascimento de um
inédito movimento de grandes e médias empresas que se comprometeram a não demitir seus funcionários durante a crise.
Comportamento semelhante se observou em várias agências de fomento,
que anunciaram programas e editais de apoio à busca de soluções para a Covid-19. Mesmo assim, é fundamental que as agências incorporem rapidamente o senso de urgência que a crise exige. Dados divulgados pelo Ipea indicam que as principais agências anunciaram editais que, em seu conjunto, mostram-se excessivamente tímidos quando comparados ao investimento de emergência decidido em países como China, Índia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Alemanha. A comparação não se prestou apenas para afirmar que o dispêndio brasileiro é menor do que outros países, mas para reforçar a necessidade urgente do país
apoiar a ciência brasileira. Pesquisa inédita veiculada pela Rede de Pesquisa Solidária mostrou que o investimento inexpressivo em pesquisa e inovação no Brasil durante a crise vai comprometer a recuperação da economia e a necessária reorganização da sociedade.
As recomendações para as políticas públicas não poderiam ser mais claras:
• A saída efetiva da crise depende da capacidade humana de produzir vacinas, medicamentos e tratamento adequado para a Covid-19. Por isso,
além das medidas de controle da pandemia e suas consequências econômicas e sociais, muitos países ampliam o investimento em pesquisa e
em inovação e desenham novas estratégias científicas contra o vírus e de
preparação para o pós-crise.
• Somente nos Estados Unidos foram alocados mais de US$ 6 bilhões exclusivamente para pesquisas sobre a Covid-19, cerca de 4% do investimento em P&D realizados pelo governo em 2019. O Canadá ampliou
em cerca de 12% os investimentos federais em P&D. E novas políticas
públicas na Alemanha e Reino Unido procuram garantir e acelerar sua
capacidade de recuperação no pós-crise.
• A tradicional dependência científica e tecnológica do Brasil se tornou
visível para a população com a escassez de equipamentos e testes para
o combate à Covid. Essas lacunas poderiam ser minimizadas com uma
estratégia coordenada de investimento em P&D, o que até agora não
ocorreu.
• O governo federal publicou apenas poucos editais com resultados previstos para junho-julho. O que significa que até o momento, o governo brasileiro não está financiando nenhuma pesquisa sobre a doença
com recursos novos. O que é chocante, não tanto pelo volume menor
investido pelo governo, mas pela inação diante da crise. Mesmo com
recursos menores, o Brasil poderia fazer muito mais.
• Esse posicionamento do governo federal condena o Brasil a ser apenas
um usuário de C&T. A exemplo do que ocorreu em outras pandemias
de menor porte, sem estratégias para o desenvolvimento e participação
no esforço internacional pela pesquisa, o país corre o risco de ficar sem
acesso às vacinas, equipamentos e insumos médicos, historicamente
orientados para abastecer os países com maior competência científica e
maior musculatura financeira.
A leitura dos editais brasileiros mostra que seus objetivos nem sempre
estão sintonizados com as prioridades de pesquisa da Organização Mundial da Saúde e/ou dos centros reconhecidamente mais dinâmicos e que, em grande parte, foram desenvolvidos isoladamente, sem se orientar por uma coordenação nacional de esforços (De Negri et al., 2020). O Brasil tem condições de reforçar seu lugar no mundo da C&T. Mas é
preciso foco, financiamento e definição de prioridades, pois sem o apoio público de longo prazo e educação de qualidade o país colherá apenas soluços científicos e tecnológicos.
Para isso, é essencial não deixar escapar as oportunidades de sinergia com
o atual movimento que galvanizou a comunidade científica. Nesse sentido, a pró-atividade das agências de fomento é peça-chave para necessidades que emergem marcadas pela excepcionalidade. E, como contribuição, seguem sete sugestões para o debate que podem
fazer a diferença no apoio à pesquisa.
Certamente as sete recomendações apresentadas brevemente não são de
fácil realização. Constituem-se, na verdade, em pontos para a reflexão que podem contribuir para colocar a C&T no Brasil em sintonia com o que se faz de mais avançado no mundo. Isso porque:
Mas não há como ignorar que muitas empresas diminuem sua ambição tecnológica por conta da falta de estímulo e apoio público, assim como dos obstáculos que encontram no ambiente para a inovação. A qualidade e o volume do engajamento dos pesquisadores em todo o mundo abriram perspectivas novas para o reconhecimento dos méritos da atividade científica e de sua importância para a vida das pessoas. É possível que as C&T terão condições de abrir um novo capítulo em sua história após a maré tóxica do coronavírus.
Nada será tranquilo, porém, dado que o mundo e o Brasil estarão mais
pobres, com as finanças exauridas, provavelmente marcados por inflação, desemprego e com o agravamento das desigualdades sociais, principal obstáculo ao desenvolvimento. As dores do parto de um novo ambiente para C&T no Brasil, com financiamento adequado e estabilidade, capaz de formar novas e vibrantes gerações de cientistas dependem das respostas a serem formuladas e incorporadas na sociedade.
Trata-se, porém, de uma disputa em aberto, tanto de espaço quanto de
prioridade, que depende muito, ainda que não exclusivamente, das universidades e das iniciativas da comunidade científica. No Brasil, a crise é na saúde, na economia e na política. Contém ainda viés
de alta para a eclosão de uma crise social, gerada pela regressão do PIB e pelo esgotamento da capacidade do Estado. Como será a repercussão desse novo ambiente nas universidades, nos centros de pesquisa, na comunidade científica? Será que as práticas de cooperação intensa e internacionalização serão encarnadas em instituições ou se dissolverão com a crise?
É cedo ainda. O que se pode intuir é que os caminhos tradicionais de recuperação estarão vedados ou repletos de obstáculos. E se o futuro for tomado como ameaça, a ciência permanecerá eterna coadjuvante, precisamente quando a reorganização do país pede uma ciência protagonista.
Aos profissionais da ciência e da tecnologia cabe preservar a sintonia com
as necessidades de milhões de brasileiros que buscam uma vida mais decente e mais segura. Uma vida que nunca tiveram antes do vírus, que piorou durante a crise e que tende a não melhorar após a onda destruidora atual. No enfrentamento da crise a mídia, as revistas científicas, blogs e podcasts transmitiram o pronunciamento dos cientistas e profissionais da saúde e deram confiança à população e credibilidade a decisões excepcionais, como o distanciamento físico. O pós-crise espera que milhares de cientistas mostrem disposição para repensar a educação, o sistema de saúde, o modo de trabalhar e de viver em nosso país.
A ciência que investiga e joga luz no irreconhecível precisa ocupar um
lugar de destaque na sociedade, por seus méritos, dedicação e capacidade de preparar caminhos mais saudáveis para a humanidade. Um esforço voltado para redesenhar a sociedade brasileira, que hoje sangra em seus fundamentos, inclusive nos democráticos.
Um novo sistema nacional de C&T deve ser estruturado. A comunidade
de pesquisadores de todos os cantos do país precisa se reunir, debater e propor um novo modo de se fazer ciência no país. Um Encontro Nacional de Cientistas, de todas as áreas e regiões, pode dar voz e unificar esse esforço.
A velocidade de expansão da Covid-19 derruba as economias e dilacera
sociedades. Seu impacto desvela a extrema vulnerabilidade do mundo atual, que não tem apenas sua saúde abalada, mas sofre também com as mudanças do clima e pelo cortejo de enchentes, secas, migrações, falta de alimentos e de água que apenas ocasionalmente incomodam a consciência de planejadores e governantes. São ameaças ao que se costuma chamar de civilização, condição mutilada por um nível insustentável de desigualdade econômica e social, que rebaixa permanentemente o Brasil e a humanidade dos brasileiros.
Fonte: Estudos Avançados
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