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“Para provocar uma disrupção e trazer desafios para todos nós que somos gestores e responsáveis pelo setor público”. Com essas palavras a diretora-presidente do Serpro, Glória Guimarães, abriu ontem, 9 de novembro, o evento que reuniu clientes para apresentação da plataforma Blockchain.
Blockchain é uma tecnologia de validação inviolável que tem a descentralização como medida de segurança. Cria consenso e confiança na comunicação direta entre duas partes, sem o intermédio de terceiros. O protocolo é adequado para cenários que requerem privacidade e controle de identidade e permissões.
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é parceira no uso da tecnologia na solução Tesouro Direto (TD). “Ao mesmo tempo que a STN tem uma necessidade de negócio identificada, o Serpro tem capacidade de produção e de construção de ferramenta que ‘casa’ com que o estado precisa. Existe uma lacuna que é preenchida com o blockchain”, declara o coordenador-geral de Sistemas e Tecnologia da Informação da STN, Lincoln Moreira Jorge Junior.
Automatizar o processo é apenas uma etapa de modernização do serviço público. A segunda etapa é agregar capacidade de análise e de resposta e agilidade que uma simples automação não consegue. A disrupção vem daí: o uso de uma tecnologia inovadora para fazer algo que até então não se fazia.
“O uso do blockchain no TD, vai muito além do aumento da segurança. A tecnologia vem para facilitar o cadastro e o acesso do investidor ao produto”, explica Lincoln. O TD concorre com a poupança, mas o acesso aos títulos públicos é, hoje, o um dos desafios que limitam o aumento da base de investidores.
O TD transforma o cidadão em investidor, e como investidor é preciso ter além de uma conta em banco, um intermediário, como corretoras ou bancos públicos para realização do investimento.
Hoje, um investidor que não tenha conta bancária não acessa o TD. A partir do momento que a nova tecnologia estiver funcionando, seria permitida a autenticação utilizando-se as bases do governo para conferência de reputação do investidor. Com R$ 30 e um celular qualquer cidadão poderá investir em títulos públicos.
“O mercado financeiro é conservador, como deve ser. A plataforma está pronta. A tecnologia é constantemente testada e atestada em conformidade com as melhores práticas do governo, do estado e internacionais para que não se coloque em risco o nosso investidor”, explica Lincoln. Ainda é preciso ajustar os aspectos legais para lançamento do protótipo.
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