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Os contratos agora são softwares

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contratos

O que são smart contracts? Conheça a tecnologia que vai revolucionar a maneira como as empresas fazem negócios.

O uso do papel tem diminuído consideravelmente dentro das organizações. O surgimento de softwares de gestão de documentos e organização comprova a transformação que as empresas brasileiras tem emplacado ao longo dos últimos anos, afim de melhorar seus processos organizacionais e reduzir custos de operação.

Enquanto o fenômeno da “digitalização” acontece, estima-se que ainda 9% da receita das empresas, em média, são perdidas em negócios de contratos mal gerenciados, segundo pesquisa da International Association for Contract & Commercial Management (IACCM). São citados como ocorrências mais comuns perdas de prazos de renovação, falta de integração entre equipes na negociação e problemas de conformidade – somente para citar alguns.

Os contratos hoje são considerados um dos grandes desafios da transformação tecnologica, pois são instrumentos que representam a consolidação de negociações, sendo tradicionalmente intermediadas por um orgão homologador, como um cartório ou autoridade certificadora.

Já no caso dos contratos digitais, as diferenças do modelo tradicional começam logo na sua criação: ao invés de cláusulas somente em texto, o utilizador configura parâmetros como participantes, objeto, prazos, e em seguida da assinatura digital das partes, o acordo pode ser ativado.

Contratações digitais permitem que negócios sejam feitos de forma constante e em grande quantidade e, muitas vezes, sem a intervenção humana. O contrato digital funciona de forma semelhante a um software: é feita sua configuração pelo advogado e, sempre quando necessário, o cliente pode utilizá-lo para gerar contratações. No caso de aceite das condições, as partes podem assinar digitalmente com segurança e confiabilidade maior que o formato tradicional, pois a assinatura digital é criptografada e contém em sí registros como data e local onde a assinatura foi realizada” diz Leandro Paceli, gerente de produto da Contraktor – startup brasileira fundada pelos advogados Bruno Doneda e Henrique Flores – plataforma que já processou mais de 100 milhões em valores de contratações.

Segundo a equipe da startup, a próxima geração de contratos digitais são os smart contracts, que podem ser considerados como um conjunto de regras avaliadas por um sistema automatizado, onde todas as partes que o fazem “concordam” com essa configuração de negócios para que a contratação se realize. Os smart contracts podem ser considerados como uma versão computadorizada de um contrato redigido, porém transformado em regras de negócio com condições auto-executáveis.

Este formato de contratação abre portas para uso das moedas digitais (ou criptomoedas) e a realização de negócios sem a intervenção humana, onde variáveis como quantidade de produtos em estoque de uma empresa, por exemplo, ou os indicadores de clima metereológico possam automaticamente interferir nos termos da negociação.

Em exemplos práticos, um smart contract pode atualizar automaticamente dados como temperatura e valores de combustível em uma determinada região para atualizar a cada segundo os valores contratuais de transporte rodoviário de uma carga de alimentos que necessite de refrigeração – uma vez que em temperaturas maiores os termostatos indicam a quantidade de energia gerada para manter a carga na temperatura ideal para transporte, alterando assim o custo final de transporte. No caso de serviços que envolvam produtos ou ativos em moeda estrangeira, a atualização dos valores da moeda na cotação local pode ser calculada automaticamente.

Os contratos inteligentes são um futuro breve que pode mudar radicalmente a forma como o sistema econômico e a relação de troca de valor é percebida. Contando ainda com as criptomoedas, pela primeira vez na história da humanidade as transações comerciais são realizadas sem a necessidade de um intermediador, uma vez que a própria tecnologia garante a confiabilidade, transparência e auditoria das transações.

 

 

Por Bruno Doneda, Henrique Flôres e Leandro Paceli

Fonte: http://www.lexmachinae.com/2018/01/18/os-contratos-agora-sao-softwares/

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