Pesquisar
Close this search box.

Os 5 Pilares do Networking Científico e Sistemático

Publicado em
Os 5 pilares
Imagem: Reprodução

Fomos ensinados a dividir as habilidades que adquirimos em duas caixinhas, em tese, bem definidas: soft e hard skills. Aquelas ditas soft, disseram, possuem viés comportamental, são fortemente potencializadas por capacidade nata, dificilmente são mensuráveis e seu aprendizado é tácito, apoiado pela inteligência emocional.

Por mais que essa abordagem tenha seus méritos, nos traga certa clareza e facilite a vida dos profissionais de Recursos Humanos, ela tem um efeito colateral: ao aprendermos as ditas soft skills, tendemos a deixar de lado as boas práticas indicadas pela ciência, não monitoramos nosso percurso de aprendizado e neglicenciamos o uso das tecnologias de apoio.

Partindo dessa crença e insatisfeito com a minha capacidade de gerar valor em rede e criar conexões relevantes, desafiei meu orientador de toda trajetória, Édison Renato, e meu amigo e irmão Daniel Flórido a me auxiliarem na busca por um processo de networking verdadeiramente sistemático.

Confesso que, no início, não depositava grandes expectativas em encontrar informações valiosas na literatura, mas minha necessidade em aprender a fazer networking me fez persistir. Para a minha surpresa, descobri que existia um campo sólido de pesquisa aplicada em constante evolução, chamada Social Networks Analysis, amparada pelas bases das sociologia moderna, da Pesquisa Operacional e da Estatística, que estuda a interação entre entes de uma rede, compreende como se forma o capital social e como as informações e hábitos se disseminam.

Após mais de um ano de pesquisa e de rotina intensa de leitura, acompanhada pela modelagem e teste de versões parciais do método com dezenas de empreendedores(as), pesquisadores(as) e jovens talentos, foi possível definir os 5 pilares de um Networking Sistemático. Pretendo explicá-los brevemente nesse post e abordá-los detalhadamente em futuras publicações, mostrando ferramentas e softwares que utilizo.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem
O primeiro e mais evidente pilar é o da Estratégia, a qual se apoia em 4 eixos de atuação: (i) entendimento da estratégia que já foi executada, (ii) mapeamento dos ativos de um profissional, (iii) definição da estratégia futura e (iv) monitoramento e revisão da estratégia em curso. Costumo brincar que a Estratégia desafia o lema do ilustre botafoguense Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar”, é ela que vai nortear os demais pilares do Networking.

Em relação aos eixos, cabe notar que o primeiro busca explorar uma visão retrospectiva para entender as ações que foram tomadas para que objetivos pessoas e profissionais fossem perseguidos, quais foram seus resultados concretos e quais hipóteses guiaram a tomada de decisão. Também é preciso analisar quais ativos foram alocados, ou seja, quais competências foram postas à prova, quais conexões foram acionadas, como tempo, dinheiro, reputação e o branding do indivíduo foram alocados.

O segundo, por seu turno, consiste em mapear e explicitar não só quais ativos foram utilizados, mas quais estão à disposição do(a) conector(a). Afinal, você não entra em uma batalha sem saber quais são suas armas. Já o terceiro exige uma reflexão da pessoa para que desenhe seus objetivos futuros e entenda como vai aplicar os supracitados ativos, além de outros que deverá adquirir, para que seja bem-sucedida. Por fim, o quarto eixo demanda o monitoramento constante da estratégia desenhada. Como bem disse o boxeador Mike Tyson, todo mundo tem um plano até levar um soco na boca. Portanto, é preciso adaptar a estratégia e ser verdadeiramente ágil.

Dando continuidade, o segundo pilar do Networking Sistemático é o Expansionismo, que consiste na capacidade do(a) conector(a) em adentrar novos territórios, ou seja, segmentos de mercados inéditos ou grupo de pessoas com quem não se tinha contato. Para isso, é preciso fazer um escaneamento da rede, entendendo quem pode abrir as portas do terreno a ser explorado (brokers), quem são os experts da rede, quem são os melhores comunicadores e vendedores, assim como qual prova de valor deve ser oferecida aos seus entes.

Caso não tenha ficado claro, pense: o que você faria para obter acesso a investidores de fintechs, executivos de seguradoras ou marqueteiros digitais especializados em B2B de ticket elevado? Qual seria seu discurso? Quem poderia te ajudar? Como você faria uma análise do mercado e da rede como um todo?

O terceiro pilar do método é o Aprofundamento. Como sugere o nome, ele trata da necessidade de manter e estreitar laços interpessoais. Parece fácil, mas não é. Segundo Robin Dunbar, um ser humano consegue manter, em média, contato com 148 pessoas, sendo 20 delas realmente próximas à pessoa. Por isso, é preciso priorizar.

Para realizar o Aprofundamento, é preciso (i) visualizar e compreender a base de contatos, (ii) mapear anseios, dores e interesses específicos e (iii) conduzir agendas comuns com pessoas de interesse. Repare que esse pilar exige um maior nível de comprometimento de tempo e energia, focado em gerar valor para indivíduos específicos.

Por outro lado, o pilar da Intraconexão explora o que é mais humano: a química social, ou seja, o valor gerado em rede. Então, se debruça na geração de valor para um grupo de indivíduos, resultante da interação entre eles. Seu objetivo é criar coesão para a base do(a) conector(a), estimulando a conexão de gente com perfil complementar e interesses em comum.

Na prática, o indivíduo tanto pode criar seus próprios arranjos sociais, construindo pontes ao promover encontros, calls, workshops e outros tipos de interação, quanto pode participar de grupos e dinâmicas consolidadas por terceiros. Por exemplo, se você atua no setor de Manutenção e Refrigeração, é possível frequentar encontros regionais e nacionais ou construir seus próprios eventos com uma audiência super qualificada da sua região.

Por último, mas não menos importante, está o Posicionamento. No mundo moderno, não adianta exibirmos nossos ativos offline, precisamos construir nossa marca online, de forma ampla, e nos abrir para conexões que não estariam ao nosso alcance localmente. Isso significa, na prática, criar conteúdo relevante em canais que atinjam as pessoas com quem queremos nos conectar, seja participando de podcasts, postando aqui no LinkedIn, publicando um carrossel no Instagram ou promovendo lives no Youtube.

E aí? Fez sentido? Se quiser saber mais, recomendo que você leia meu Projeto de Graduação, disponível online e gratuitamente.

Atualmente, eu, Dani e Tales Riomar, em parceria com Édison e outros mentores, estamos personalizando nosso método para ajudar profissionais em fase de transição de carreira. Também pretendo compartilhar essa jornada por aqui. Estamos muito animados em gerar valor para os vários talentos que nos cercam!

Texto original de Eduardo Gouveia Menezes, publicado no Linkedin

COMPARTILHAR
VEJA TAMBÉM
ia artigo

O Uso da Inteligência Artificial (IA) para Viabilizar a Controladoria Jurídica e o Combate às Fraudes Processuais

Imagem: Pixabay

Inovação na Tomada de Decisão

Imagem: Pixabay

O Impacto do DJE na Modernização do Sistema Judiciário Brasileiro

computer-4484282_1280

Uso de sistemas low/no code para gerenciamento de rotinas jurídicas

Imagem: Pixabay

Evolução da criatividade - da teoria para a prática

artigo obs

Ausência da parte Autora e do Preposto nas Audiências Judiciais Cíveis e Juizados Especiais. Quais as diferenças e quais as consequências?

Imagem: Pixabay

Advogados contra a Tecnologia: as máquinas irão substituir os advogados?

interface-3614766_1280

Desenvolvimento responsável da IA com a nova norma ISO/IEC 42001.

EMPRESAS ALIADAS E MANTENEDORAS

Receba nossa Newsletter

Nossas novidades direto em sua caixa de entrada.