Programas para educar o mercado, fomentar o ecossistema e participar ativamente do processo de regulamentação brasileiro entre direito e tecnologia.
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A Inteligência Artificial (IA) é um aglomerado de tecnologias e sistemas que possibilita a criação de máquinas e sistemas que simulam as capacidades humanas relacionadas à inteligência, para permitir que essas máquinas possam encontrar soluções para diversos problemas lógicos.
Essa tecnologia envolve processos que permitem não só que a máquina resolva problemas pré-determinados, mas que aprenda com eles a fim de aperfeiçoar o processo cada vez mais.
Os primeiros estudos sobre IA e aprendizado de máquina foram registrados em 1956, por um professor do Dartmouth College, em New Hampshire, que pretendia criar máquinas inteligentes, que aprendessem sozinhas, mas decaiu nos anos 1980, diante dos desafios da tecnologia existente à época.
Com a era digital, novas possibilidades surgiram, e devido a elas foi possível reproduzir, nas máquinas, um sistema de aprendizagem semelhante ao que guia crianças, quando aprendem o próprio idioma. Disso surgiu o machine learning (ou aprendizado de máquina), que evoluiu até a forma que vemos hoje.
Junto com a evolução tecnológica, surgiram também o Processo Eletrônico e a virtualização dos processos, que permitiram a aplicação da IA nos trâmites judiciais. Essa evolução tem sido tão rápida que já existem casos de andamento de processos e até mesmo de julgamentos por meio de sistemas autônomos, como nos exemplos do Poder Judiciário de Santa Catarina e do Compass, sistema que auxilia os Juízes norte-americanos a aplicar penas.
Por mais distante que nos pareça uma decisão tomada por um sistema, o princípio que rege essa situação nos é comum. Se você é advogado, já deve ter previsto várias ações antes mesmo de iniciar um processo, e provavelmente utilizou essa previsão para aconselhar o seu cliente de acordo com o provável fim da lide. O machine learning e a jurimetria possibilitam que uma máquina faça isso de forma autônoma, a partir da análise de dados estruturados.
A estatística aplicada ao Direito, é mais uma área do conhecimento que se beneficia da IA para analisar dados processuais e, a partir dos dados colhidos, orientar decisões. Isso não quer dizer que a Jurimetria é dependente desta tecnologia, uma vez que existem registros do uso daquela desde o século XIX, mas a tecnologia possibilita o uso da Jurimetria em larga escala, porquanto a organização dos dados seria muito mais dispendiosa sem ela.
O processo é relativamente simples: a Inteligência Artificial organiza os dados, reconhecendo, entre os processos virtuais, as partes essenciais para a análise, e os dispõe de forma estruturada para a aplicação de outras tecnologias, que permitem a execução da Jurimetria. Desse processo podem sair relatórios, dashboards e dados para a análise dos processos.
A IA e a Jurimetria podem, sim, resolver alguns casos, considerados mais fáceis, sem a intromissão humana, mas isso não significa que a importância do profissional do direito seja menor. Os desafios que se impõem, hoje, são na verdade boas notícias: a tecnologia nos livrará de trabalhos repetitivos para que o homem continue fazendo o que faz de melhor, pensar e elaborar processos.
Como sempre, é imperativo que os advogados continuem evoluindo e desenvolvendo novas habilidades, para que cada vez mais, com o auxílio da tecnologia, se trilhe um caminho para a Justiça de fato.
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