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CICLO DE PALESTRAS FND: STARTUP, DIREITO E EMPREENDEDORISMO

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Com o tema “Advocacia 2.0: O que o mercado espera de vocês?”, teve início o Ciclo de Palestras FND Startup, Direito e Empreendedorismo, organizado por Bruno Feigelson, da AB2L, e Daniel Marques na Faculdade Nacional de Direito – UFRJ, no dia 13 de setembro de 2017. A proposta do debate foi primordialmente compreender o que o mercado espera dos advogados de amanhã, em meio às transformações tecnológicas cada vez mais intensas.

Eduardo Gil, diretor jurídico da Amil, abriu as discussões demonstrando como as novas tecnologias têm impactado nos mais diversos campos de trabalho, desde a medicina até o direito. Segundo ele, o cotidiano de todos sofrerá franca mudança nos próximos anos com a adoção cada vez mais comum de tecnologias inovadoras no dia a dia das pessoas.

Em seguida, Guilherme Santos, coordenador jurídico da Raízen, abordou, dentre outras questões, o surgimento de novas práticas de compliance e consultoria jurídica das quais os empreendedores passarão a depender para serem bem-sucedidos no mercado brasileiro, assim como as novas competências exigidas dos escritórios de advocacia para prestar assessoria eficiente.

Concluindo a discussão, Helder Galvão, fundador do Nós 8 e membro da Comissão de Startups da OAB, expôs a necessidade de atualização e preparo de advogados e estudantes de Direito em face da automação do mercado e da supressão de atividades em série e meramente mecânicas.

O segundo painel do ciclo de palestras teve como tema “O uso da inteligência artificial no mercado jurídico: como a jurimetria e os modelos preditivos vão revolucionar a estratégia de acordos judiciais e extrajudiciais”, no qual foram apresentadas tecnologias, tanto embrionárias quanto já estabelecidas, que revolucionarão a prática jurídica.

A primeira palestrante, a juíza federal Isabela Ferrari, introduziu o crescimento exponencial do poder de processamento e da influência da tecnologia através da história por trás da Lei de Moore. Cofundador da Intel, Gordon Moore, escreveu um artigo, em 1965, explicando como, a cada dois anos, a quantidade de transistores contidos nos processadores tenderia a dobrar (função exponencial[1]).

Daniel Becker, advogado da Tauil & Chequer Advogados e cofundador do portal LEX MACHINAE, trouxe a ideia da exponencialidade para o conceito da digitalização e demonstrou seu potencial de impacto para o universo jurídico. Explicou ainda como grandes escritórios estadunidenses já utilizam inteligência artificial e machine learning para pesquisas e elaboração de prognósticos.

Em seguida, a coordenadora de vendas de analytics e soluções cognitivas da IBM, Luciana Bottamedi, apresentou o estado da arte da inteligência artificial na IBM: o sistema cognitivo Watson. A coordenadora sugeriu ainda variadas formas em que essa espécie de inteligência artificial poderia ser aplicada no Direito.

O último a expor foi Alexandre Zavaglia, diretor executivo do Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP/SP). Segundo ele, o direito é campo fértil para o uso de inteligência artificial. Tendo em vista que é recorrente a necessidade de análise célere e eficiente de volumes massivos de informação, será cada vez mais natural a utilização de sistemas cognitivos, capazes de realizar tais tarefas de forma muito mais efetiva e menos custosa.

Apesar das nuances e dos diversos pontos de vista expostos durante o evento, ficou clara a necessidade de reunirmos profissionais estudiosos desse novíssimo tema no mercado brasileiro. Se há um consenso, é que o Direito será revolucionado em um curto espaço de tempo pela adoção de novas tecnologias e que quem não estiver preparado poderá perder espaço no mercado de trabalho.

[1] BECKER, Daniel; LAMEIRÃO, Pedro. Hasta la vista, counselor: os advogados não serão substituídos pela tecnologia? Lex Machinea. Disponível em: http://www.lexmachinae.com/2017/07/12/hasta-la-vista-counselor-os-advogados-nao-serao-substituidos-pela-tecnologia/ – Acesso em 20 de set. 2017.


Fonte: http://www.lexmachinae.com/2017/09/25/ciclo-de-palestras-fnd-startup-direito-e-empreendedorismo/

Por Bruna Alves e Fernando Borguy

 

 

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