A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Programas para educar o mercado, fomentar o ecossistema e participar ativamente do processo de regulamentação brasileiro entre direito e tecnologia.
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Exclusivo para associados.
Estamos em 2017, em um mundo extremamente tecnológico, mas com algumas distâncias daqueles mundos idealizados por Ridley Scott em Blade Runner (1982), Steven Spielberg em De Volta ao Futuro (1985), pelo desenho dos Jetsons (1962) e por diversos outros autores/diretores que de alguma forma buscavam criar cenários futuristas colocando datas de seus longas dos anos 2000 em diante.
Não temos skate voador, não moramos em casas no espaço, tampouco voamos em carro/naves, muito menos conseguimos voltar ao passado ou visitar o futuro. Mas já conseguimos fazer uma série de atividades que antes não conseguíamos justamente pelo uso da tecnologia, da inteligencia artificial, da big data e demais nomenclaturas que não param de ser desenvolvidas por mentes atentas as necessidades de um mundo que não descansa, que busca incessantemente produtividade, melhores resultados e claro, qualidade de vida pessoal, social e profissional, e o pior, tudo ao mesmo tempo.
Quando idealizei oportunidade de vir a desenvolver projeto tecnológico para o mercado jurídico, o qual conheço há mais de 10 anos, sabia que não estava nos Estados Unidos da América, mais precisamente no Vale do Silício, onde o ecossistema ajuda e conspira a favor de empreendedores digitais. Pelo contrário, sabia que estava começando uma forte jornada como empreendedor digital no Brasil, mais precisamente em Porto Alegre/RS.
Resumindo: se criar uma Startup no Vale do Silício já é difícil, pode ter certeza que criar em Porto Alegre/RS é muito mais, ainda mais para o mercado jurídico, o qual está acostumado com métodos tradicionais.
Durante esses 1 ano e 4 meses como CEO da Santo Contrato, aprendi uma série de coisas… acredito que daqui a uns anos quando eu venha a ler este artigo novamente, muita coisa vai ter mudado, mas uma coisa com toda certeza não irá mudar, que é a fantasiosa figura do empreendedor herói de que muitos acreditam existir.
1 – Empreendedor Herói – Tal figura do Empreendedor Herói não existe, e ainda que muitos possam dizer que sim, ela não existe. Por mais que o empreendedor assuma uma série de atividades, ele não consegue fazer tudo sozinho. Ter uma equipe bem formatada, com claras responsabilidades e atividades ajuda e muito para que o projeto saia do papel e decole. Analisar essa equipe e ter nela além de competências técnicas, mas também capacidade humana de complementação, faz com que está pequena equipe possa ter uma excelente sinergia. Ter diferentes perfis: o cauteloso, o dominante, o influente e o gestor, faz com que esse time tenha o equilíbrio necessário para atingir as metas estipulas pelo desenvolvimento do projeto.
2 – O “Produto” nunca está pronto – Esta afirmação é correta, o produto nunca está pronto, por mais perfeito que ele possa ser, por total benefício que ele provoca a seus usuários/clientes, ele nunca está pronto. É extremamente importe o CEO ter a capacidade de estar sempre analisando o mercado, seus concorrentes, novas tecnologias, estar em busca de diálogo com usuários e o público em geral, principalmente aquele usuário que deixou de ser… fazer esse trabalho de imersão na dor do usuário/cliente, faz com que o produto esteja sempre pronto a atender as necessidades destes que desfrutam da tecnologia desenvolvida e venham a ser tornar “viciados” no produto.
3 – O Pitch nunca está pronto – Esta foi outra afirmação que aprendi, de que o Pitch nunca estará pronto, assim como o produto passa por contantes melhorias e transformações, o Pitch também. Então, fazer uma leitura dos materiais dos antigos Pitchs, aqueles primeiros que foram feitos para bancas de aceleradoras, programas de mentoria e fundos, é não só entender a evolução do produto mas também sua maturidade. Um Pitch perfeito é aquele que em 2 min de conversa sobre o sistema/produto, o ouvinte tenha sua atenção retida e se interesse em testar. Sendo assim, tenha seu Pitch sempre afinado, porém, esta afinação deve ser igual de todos os membros da equipe, todos devem saber fazer o Pitch da melhor forma possível. Saber vender seu peixe é uma habilidade que todos devem saber fazer.
4 – Jornada de Sucesso – Não basta desenvolver o sistema/produto/serviço mais “foda” para seu usuário/cliente, tem que fazer com que esse “cara” tenha a melhor jornada de sucesso. A nomenclatura em si não importa, o que você tem que entender é que as empresas estão percebendo, cada vez mais, a importância de uma cultura centrada no cliente, totalmente ativa e não passiva esperando ser acionada pelo usuário para ai sim tomar uma ação. Tal afirmação vai ao encontro do que disse no item 02. Estar sempre em contato com o cliente, sem ele precisar te acionar faz com que ele se sinta especial, e ele é especial e deve ser sempre tratado como especial. É 07x mais caro conquistar um cliente novo do que reter um cliente antigo, segundo indicações do mercado. Então trate ele como seu filho. Imagine que ele é uma criança recém nascida e que não sabe fazer nada e você é o pai/mãe estando o tempo todo a disposição para entregar e fazer o que ele necessitar. É exatamente assim que você deve tratar seu cliente.
5 – Paciência – Paciência… Paciência… e haja Paciência! Está é uma habilidade que todo CEO deve ter. Por mais que o desenvolvimento de uma Startup tenha que ser rápido, que o MVP deve estar pronto para ser testado no mercado e colher novos insights ou validar os já existentes, ter paciência é fundamental. O mundo, as pessoas e demais sistemas não funcionam na velocidade que sua cabeça gostaria. Eu particularmente sofro muito com isso e tive na marra que aprender a ter paciência, até porque precisamos dos outros, justamente por não existir a figura do Empreendedor Herói.
6 – Agir – Não importa do que você fala ou escreve e sim o que você faz, então, mão na massa. Achar que o CEO é aquela figura master que fica sob um pedestal mandando e mandando… pensou errado, o CEO deve ser uma das pessoas mais ativas em uma organização, deve saber delegar, gerenciar, motivar, engajar, liderar e ainda por cima, saber fazer qualquer papel quando nesta equipe pequena tiver uma baixa. Ser proativo é extremamente bom, faz com que você esteja sempre atento ao que está ocorrendo, podendo de pronto sanar qualquer sangria que apareça prematuramente.
7 – Não tenha medo de erro – Converso com muitas pessoas que possuem medo de errar. Aprendi que errar é necessário e importante para o processo de amadurecimento do produto/serviço ou da própria evolução pessoal. Errar é a oportunidade de fazer de novo, só que de forma certa. Contudo, erre cedo, bem cedo… para que este curso errado seja corrigido prematuramente também. Nesta linha de errar cedo, interessante introduzir o framework Scrum, e tentar desenvolver rapidamente funcionalidades de sistema/produto/ serviço que possam ser testado com usuários. Caso você erre, você errou somente nesta funcionalidade.
8 – Não tenha medo de sonhar – Sonhar faz parte da evolução, sonhar é o primeiro passo para alcançar o desejado, por mais que este sonho seja o infinito… ter sonhos é inconscientemente estabelecer metas, contudo, dentro deste sonho do infinito, estabeleça pequenos sonhos que te ajudarão a ir construindo este sonho maior, assim não fica tão pesado.
9 – Celebre – Celebre e comemore qualquer conquista, por menor que seja: o primeiro cliente, o primeiro produto pronto, a primeira ligação e assim por diante. Não esqueça de compartilhar com os demais da equipe, eles fazem parte deste pequeno sucesso. Este pequena celebração gera gás para toda equipe, faz com que o ambiente de trabalhe se torne mais leve e prazeroso.
Enfim, poderia ficar horas aqui escrevendo sobre o que aprendi como CEO de Startup, mesmo sabendo que tenho que aprender muito mais ainda, mas preferi deixar aqui os que mais me batem a cabeça quando penso neste desafio que encarei e pretendo continuar encarando, com o mesmo sonho, com a mesma alegria e sorriso que compartilho com todos que estão ao meu redor.
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