A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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É essa geração que precisará lidar e definir os limites morais e éticos a partir das transformações vividas pela nossa sociedade
Em toda a história da humanidade, nunca houve um momento tão dinâmico como o que estamos vivendo atualmente. Revoluções em áreas como saúde, educação, transporte e comunicação, que em um passado não muito distante demoravam décadas para ocorrer, agora acontecem no prazo de dois a três anos – ou até menos. O advento de novas tecnologias vem transformando completamente velhos paradigmas; e essa é uma ótima notícia.
Hoje é possível, por exemplo, fazer impressão em 3D, ou seja, criar objetos físicos com rapidez a partir de modelos digitais. Algumas companhias vêm utilizando essa tecnologia para permitir que consumidores escolham seus produtos de forma personalizada, e cientistas americanos começaram a testar a reprodução tridimensional de partes do corpo humano, como córneas e pele, para auxiliar no processo de transplante de órgãos.
Empresas estão investindo no aprimoramento de drones para fazer entregas a seus clientes em poucos minutos (caso da Amazon) e cientistas russos anunciaram a criação de um protótipo capaz de transportar pessoas – os pesquisadores da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia da Rússia esperam lançá-lo no mercado em dois anos, no melhor estilo de Os Jetsons.
Robôs já atuam como cirurgiões nos hospitais, operando com precisão e incisões milimétricas. De acordo com os especialistas, em um futuro próximo eles poderão trabalhar quase que por conta própria, com pouca supervisão humana, graças ao desenvolvimento da inteligência artificial. As máquinas também farão parte de roupas e acessórios, como óculos e trajes capazes de nos conectar a robôs avatares, que vão nos “transportar” a lugares distantes.
Diante de todas essas transformações, podem surgir questionamentos: para onde iremos? A máquina um dia vai substituir o homem? Em qual modelo de educação devemos investir hoje, de modo a garantir as competências para o futuro?
O fato é que não devemos temer o que está por vir.
A tecnologia é uma grande aliada para resolver problemas complexos da sociedade, ajudando a democratizar produtos e serviços nas mais diversas áreas, e a reduzir os custos das transações e da compra de ativos.
O engenheiro Peter Diamandis, co-fundador da Singularity University, instituição do Vale do Silício, nos Estados Unidos e autor do best-seller Abundância: o Futuro é Melhor do que Você Imagina, criou um conceito para ajudar a entender o crescimento vertiginoso das novas tecnologias e como elas podem ser positivas.
São os seis “D’s”: digitalização (qualquer coisa é passível de ser digitalizada e, quando isso acontece, ela passa a ter um poder exponencial); decepção (porque, à primeira vista, o resultado da inovação pode parecer inexpressivo); disrupção (quando a criação desse novo mercado abala o outro já existente); desmonetização (a capacidade que a tecnologia tem de tornar determinado produto extremamente barato, ou até gratuito); desmaterialização (o que antes era físico passa a ser digital); e democratização (todos têm acesso a ela, dos mais pobres aos mais ricos).
Mesmo sabendo que, com os avanços, o futuro é promissor, ainda temos um grande desafio pela frente. A questão é definir como iremos utilizar todas essas tecnologias surgindo a cada dia de maneira consciente e responsável, sem ultrapassar os limites morais e éticos.
Um dos episódios recentes mais polêmicos envolvendo o assunto aconteceu no início de novembro, quando o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou a intenção de implantar drones capazes de efetuar disparos, com o objetivo de aumentar a segurança pública do Estado. Países como Israel e Estados Unidos já utilizam o equipamento para fins bélicos. Mas até que ponto a população realmente estará segura com essa prática? Se atualmente pessoas inocentes, incluindo crianças, são assassinadas vítimas de bala perdida, o que pode acontecer se máquinas passarem a atirar?
A série televisiva britânica Black Mirror, famosa por explorar o lado sombrio dos avanços tecnológicos, mostrou em um de seus episódios abelhas-robô matando pessoas em um mundo no qual esses insetos tinham sido extintos – uma alusão ao tamanho dos drones, que estão cada vez menores e podem ser utilizados como armas. Exemplos como esses exigem uma conscientização e uma resposta rápida da sociedade.
Até onde vai o limite da inovação, e quem o define? De que maneira devemos aplicar as novas tecnologias? Como nos sentir seguros hoje sem saber ao certo o que esperar do amanhã?
Cabe aos governos não apenas garantir a nossa segurança, mas também acompanhar de perto e fazer parte das inovações; e aos profissionais do Direito proteger nossas leis, refletir sobre elas e promover novas regulações que garantam conforto ético e moral à sociedade.
Nosso papel como cidadãos é ainda mais crucial. De acordo com futurólogos do Vale do Silício, entre eles Peter Diamandis, essa revolução tecnológica vai alcançar seu ápice em um prazo de 25 anos. Ou seja: é essa geração que terá de priorizar essas questões e ser protagonista dessa construção.
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