
A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Publicação original, startups.
Quando desenhou as diretrizes para os investimentos que seriam feitos ao longo desse ano, a diretoria da Wayra estabeleceu que era hora do veículo de corporate venture capital early stage da Vivo começar a olhar mais ativamente para inteligência artificial generativa.
Mas foi apenas nos últimos meses do ano que o fundo firmou seu primeiro investimento em uma empresa que atua com a tecnologia. No fim do último mês, a Wayra anunciou um aporte Inspira, startup que usa inteligência artificial no segmento jurídico.
“Estamos olhando para esse mercado e queremos fazer mais investimentos nessa tecnologia”, diz Wana Schulze, head de investimentos e portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures. ”Há oportunidades em mercados regulados e, por isso, estamos olhando para legaltechs, healthtechs e fintechs.”
Ainda que o valor do investimento não tenha sido revelado, é sabido que a Wayra assina cheques cujo valor gira em até R$ 2 milhões. Ao todo, a Wayra já investiu em mais de 86 empresas desde 2012, com 27 companhias ainda ativas na carteira.
Vale lembrar que a Vivo ainda tem um outro veículo de investimento para startups, o Vivo Ventures. Neste caso, porém, os cheques são mais parrudos e usados em rodadas mais avançadas.
Além da Vivo, a rodada na Inspira ainda contou com a participação dos grupos anjos Urca, Gávea Angels e Sanfran Angels. A gestora norte-americana Andreessen Horowitz, que já investiu em gigantes como Airbnb e Instagram, também participou do round através de seu scout fund.
A startup já estava no radar da Wayra pelo menos desde o ano passado, quando a Inspira saiu vencedora da competição de startups do Web Summit. Depois disso, a empresa passou a prestar serviços para a Vivo e um investimento começou a ser debatido internamente pela operadora de telefonia.
“As maiores indústrias que sofrem com processos jurídicos são os bancos e as empresas de telecomunicação”, afirma Schulze. “A Vivo precisava de uma solução como essa.”
O aporte foi o primeiro investimento institucional recebido pela legaltech. Antes disso, a Inspira havia levantado capital apenas com investidores na figura de pessoa física ou em programas de aceleração, como o Challenger AI Program, da Civitta.
Fundada em 2021, a Inspira nasceu a partir de dores que os fundadores Rafael Grimaldi, Cauê Amaral, Henrique Ferreira e Ricardo Verhaeg tinham no mundo da advocacia. “A ideia era desburocratizar a profissão ao aplicar tecnologia para mudar a forma como área trabalha”, diz Grimaldi, CEO da Inspira.
Com o uso de inteligência artificial, a Inspira consegue facilitar a pesquisa jurídica. É possível, por exemplo, solicitar que a ferramenta faça resumos de documentos com dezenas de páginas, possa apontar os principais destaques no texto e ajudar com a produção de peças.
Atualmente a Inspira tem 150 clientes no Brasil e em Portugal, entre eles estão XP, Itaú, Goldman Sachs e os escritórios de advocacia Mattos Filho e Pinheiro Neto.
O dinheiro captado nesta rodada deve ser usado para aperfeiçoar a tecnologia. “Não é o momento de utilizarmos capital para potencializar vendas ou marketing”, diz Grimaldi. “Há muitas outras funcionalidades que queremos colocar no produto. Esse dinheiro vai acelerar essa construção”, conclui.
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