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A tecnologia blockchain, que permite que informações sejam distribuídas em um registro digital que detalha transações anteriores, mas que não podem ser copiadas, foi originalmente iniciada pelo desenvolvedor do bitcoin. No entanto, desde sua introdução, o potencial da blockchain tem sido reconhecido por muitos fora da arena de criptomoedas e está sendo adotado em vários setores.
Don Tapscott, diretor executivo do Blockchain Research Institute, explica que a blockchain é um banco de dados vasto e global que está aberto a qualquer pessoa ou qualquer coisa. Não é apenas um repositório de informações, mas pode ser utilizado para proteger qualquer coisa de valor – dinheiro, títulos, escrituras, música, arte, descobertas científicas, propriedade intelectual e até mesmo registros eleitorais. O material em cache pode ser movido e armazenado de forma segura e privada.
Tapscott acredita que esta é a tecnologia com maior possibilidade de mudar a próxima década de negócios e terá implicações muito além de serviços financeiros:
“Na blockchain, a confiança é estabelecida não por intermediários poderosos como bancos, governos e empresas de tecnologia, mas através de colaboração em massa e código inteligente. Blockchains garantem integridade e confiança entre estranhos. Dificultam as trapaças”.
Embora ainda seja uma plataforma crucial para muitas criptomoedas, como os desenvolvedores estão maximizando a tecnologia blockchain agora fora do reino de tokens digitais?
No início desse mês, o Santander (NYSE:SAN), grupo bancário com sede na Espanha que opera internacionalmente, lançou um serviço de câmbio baseado em blockchain que usa a tecnologia por trás do ripple para viabilizar pagamentos transfronteiriços. O serviço, chamado Santander One Pay FX, está atualmente em operação na Espanha, no Reino Unido, no Brasil e na Polônia com previsão de ser amplamente estendido nos próximos meses.
O braço de negócios da gigante do petróleo Royal Dutch Shell’s (NYSE:RDSa), Shell Trading, recentemente investiu na Applied Blockchain, com sede em Londres, para desenvolver soluções para o mercado de energia. Adi Ben-Ari, diretor-geral da Applied Blockchain, afirma: “isso inclui simplificar processos e simplificar a forma como os negócios são feitos com fornecedores e clientes”.
A Batavia, plataforma de negociações em finanças baseada em blockchain que foi fundada pelo banco suíço UBS (NASDAQ:UBSI) em parceria com a IBM (NYSE:IBM), finalizou recentemente suas primeiras transações transfronteiriças utilizando a tecnologia. De acordo com a Coindesk, a negociação envolve clientes corporativos e incluiu vendas de carros da Alemanha para a Espanha e material têxtil bruto fornecido pela Áustria para clientes na Espanha.
Outros usos notáveis da tecnologia blockchain incluem uma das primeiras transações internacionais de propriedade utilizando um contrato inteligente baseado em blockchain em setembro de 2017. O comprador, Michael Arrington, fundador do TechCrunch, comprou um apartmento em Kiev por US$ 60.000 utilizando a startup de serviços imobiliários Propy sem nunca ter pisado na Ucrânia. Informações indica que a transação ocorreu por meio de um contrato inteligente na blockchain do ethereum e foi paga por meio de criptomoeda.
Melanie Mohr, fundadora do YEAY, aplicativo de compras por smartphones da Geração Z, e criadora da WOM aponta KODAKOne como outro grande exemplo de potencial da blockchain para dar aos indivíduos maior controle sobre sua própria propriedade intelectual. Desenvolvida pela Eastman Kodak (NYSE:KODK), outrora poderosa gigante de imagens com sede em Rochester, Nova York, a KODAKOne deverá utilizar a tecnologia blockchain do ethereum para construir uma plataforma digital de gestão de direitos autorais para fotógrafos e compradores poderão comprar direitos de uso com a criptomoeda KodakCoin. Mohr afirma:
“Isso [KODAKOne] permite registro de direitos autorais em blockchain para garantir que fotógrafos possam sempre provar e transferir a propriedade de suas fotos digitais. Isso dá a fotógrafos o controle para gerar renda através de seu licenciamento acordado, que é documentado de forma transparente por um contrato inteligente”.
A área de saúde é outro setor no qual a blockchain está começando a mudar a paisagem. Mohr observa que “Medicalchain” está utilizando a tecnologia para armazenar os registros de saúde com segurança. “Isso dá a profissionais da área de saúde, de médicos a farmacêuticos, uma forma de solicitar e receber acesso a registros atualizados de pacientes, incluindo histórico médico, e verificar o progresso do paciente”, afirma ela.
Até mesmo a NASDAQ (NASDAQ:NDAQ), segunda maior bolsa de valores do mundo em termos de capitalização de mercado, está “totalmente” na tecnologia de acordo com Johan Toll, chefe de gerenciamento de produtos blockchain da NASDAQ. A bolsa está atualmente colaborando com o Citigroup (NYSE:C) para desenvolver “uma solução integrada de pagamento para negociar valores mobiliários internacionalmente que combina a rede de pagamentos comerciais e de várias moedas do Citi com a tecnologia blockchain da NASDAQ.
À medida que mais e mais setores descobrem maneiras de integrar a tecnologia blockchain no cerne de seus modelos de negócios, as possibilidades de ameaça competitiva ou vantagem competitiva, bem como uma completa inovação em diversos setores, se tornam cada vez mais possíveis… e altamente prováveis.
Fonte: https://moneytimes.com.br/tecnologia-blockchain-nao-e-mais-apenas-para-criptomoedas/
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