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Texto original de Luiz Gustavo Pacete, publicado pela Forbes
Em tese, o ecossistema de inovação no Brasil ainda é novo, no entanto, uma parte expressiva dos empreendedores já tiveram experiências anteriores com startups. A constatação é do levantamento Panorama Founders Report, realizado pela plataforma de inovação Distrito, em parceria com o fundo Maya Capital. A pesquisa mostra que cerca de 30% dos fundadores já haviam participado da criação de outra startup. Além disso, 66,8% declararam que já estavam inseridos no ecossistema de startups.
O estudo teve como objetivo mapear o perfil dos fundadores das startups brasileiras e o que eles têm a dizer sobre pontos estratégicos de seus negócios, como captação de investimentos, hábitos de trabalho e diversidade. Esta primeira edição contou com a resposta de 223 empreendedores entre o período de maio e junho de 2021.Quanto à idade, o levantamento mostra que 80% dos fundadores de startups brasileiras têm entre 25 e 44 anos. Fundadores com menos de 25 e mais de 50 anos são mais raros, com 5,5% e 8,6% respectivamente.
“Ter empreendedores de segunda viagem é um ótimo sinal para o ecossistema. Significa que temos um ciclo virtuoso que impulsiona novos negócios”, afirma. Ele também destaca o nível de escolaridade dos fundadores, que contribui para os resultados positivos do setor. “Esses dados reforçam a importância de investir em educação e nas políticas de acesso às universidades pelas classes populares e demais grupos historicamente excluídos. Com isso, o mercado de inovação será mais acessível”, comenta Gustavo Gierun, CEO da Distrito.
O mapeamento também mostrou que cerca de 95% dos empreendedores do setor têm alto nível de escolaridade, com pós-graduação – ou seja, são quase nulos os empreendedores com menor escolaridade que conseguem conquistar um espaço no mercado. Assim, o recorte dos fundadores de startups destoa da realidade mais ampla do país: segundo dados do INEP, apenas 21% dos adultos entre 25 e 34 anos possuem ensino superior.
Em relação aos investimentos em startups, o estudo mostra que mais da metade dos empreendedores consultados prioriza o bom relacionamento com o investidor e um alinhamento em termos de cultura – para os fundadores, esses aspectos subjetivos são mais importantes que tópicos práticos relacionados ao dia a dia do negócio. “A América Latina, principalmente o Brasil, evoluiu muito em relação à cadeia de investimentos, com diversos fundos locais e internacionais atuando na cadeia completa, do early stage ao late stage. Hoje, os empreendedores já têm a opção de escolher o investidor parceiro”, diz Lara Lemann, cofundadora da Maya Capital.
Sobre o processo de captação, 38,5% dos fundadores conseguiram capital por meio de um contato proativo, buscando ativamente o fundo que viria a ser investidor. O caminho inverso, com o fundo fazendo o contato diretamente com o empreendedor, é a segunda forma mais comum, com 28,6% das respostas. Independentemente do processo, cerca de 57% dos empreendedores declararam não ter encontrado dificuldades para levantar investimento privado.
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