Justiça Federal discute inteligência artificial no Judiciário e escritórios

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Cerca de 300 participantes estão reunidos, esta semana, no Conselho da Justiça Federal, em Brasília, para o Encontro Nacional de Tecnologia da Informação (Enastic – Justiça Federal) e para o Seminário de Inteligência Artificial e Direito.

No evento, Rogerio Schietti Cruz, ministro do Superior Tribunal de Justiça, disse que o Direito talvez seja a ciência mais conservadora de todas. Além disso, é uma ciência que centraliza todos os acontecimentos atuais da nossa sociedade. “Temos hoje uma judicialização excessiva. Devemos ser capazes de encontrar soluções que deem vazão à alta demanda sem comprometer a qualidade”, avalia.

Diversas soluções de inteligência artificial já estão disponíveis no mercado e no próprio Judiciário e foram debatidas no evento. Uma pesquisa da Singularity University, por exemplo, mostrou o desempenho de um grupo de advogados e de apenas um robô numa mesma tarefa. Enquanto o robô analisou os contratos selecionados em 26 segundos, os advogados levaram mais de duas horas para finalizar a atividade. O nível de acerto do robô foi o mais alto: cerca de 90%.

Soluções de gestão

Marcos Florão, diretor de Inovação da Softplan, empresa líder na transformação digital da Justiça brasileira, diz que “obviamente”, nenhum operador do Direito será substituído. “Na prática, ele terá na tecnologia uma ajuda muito mais qualificada para apresentar resultados de excelência”, analisa.

Hoje, existem plataformas de Big Data, que estruturam os dados e fazem análises preditivas com base na identificação de padrões e fatores externos. “Há soluções que apresentam altíssimos índices de acerto”, conta Thiago Stabile, coordenador de Inovação da Softplan.

Os exemplos citados por Stabile são os resultados de duas soluções que já estão à disposição dos operadores do Direito. O SAJ Insights, por exemplo, pode ser usado pelas instituições públicas da Justiça e o Convex, por escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas com alta demanda de processos judiciais.

“A partir deste tipo de tecnologia, é possível indicar as probabilidades de ganhos em processos e ainda apontar o comportamento da demanda dentro de um período. Um Tribunal, por exemplo, pode prever quantos processos de uma determinada classe vão entrar em uma Vara específica nos próximos meses ou anos”, destaca Florão.

O Assistente Digital do Magistrado é o outro exemplo real de soluções disponíveis aos profissionais do Direito. O robô desta solução seleciona todas as partes importantes de um processo e sugere a melhor decisão ao magistrado, já com indicação de jurisprudências e leis. O trabalho do profissional é extremamente otimizado, já que fica responsável pela revisão da peça e pelos argumentos finais.

Segundo Stabile, o magistrado sempre será a parte fundamental porque toda a estratégia intelectual é dele. “A máquina é que aprende os padrões de cada profissional e passa a trabalhar da forma com que o magistrado avalia ser mais assertiva”, explica.

Por Dino

 

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