A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Empresas vem usando tecnologia para analisar e organizar os milhões e milhões de processos em discussão no judiciário brasileiro.
A DBJus, de Florianópolis, desenvolve desde 2014 robôs que buscam informações sobre processos em diários oficiais e em sistemas de tribunais brasileiros. Os dados são analisados e organizados a partir de algoritmos de aprendizado de máquinas (softwares que, conforme são usados, ficam mais eficientes).
“Juntando todos os tribunais, são 80 sistemas diferentes que possuem informações sobre processos no país e as apresentam de modo pouco padronizado. Essa dificuldade de acessar os dados diminui a propagação de informações sensíveis”, diz Marcus Camargo, advogado e sócio da empresa.
Segundo ele, a plataforma tem informações sobre 142,5 milhões de processos, todos os que foram citados em diários oficiais desde 2012 (incluindo anteriores a data que tiveram alguma movimentação desde então). Por dia, o sistema localiza de 70 mil a 80 mil novos processos.
O volume de informações é tão grande que gera um custo mensal de R$ 100 mil ao mês com armazenamento de dados.
A empresa Fornece sua tecnologia para integração ao sistema de gerenciamento de grandes empresas, para que possam ter mais dados sobre processos envolvendo a companhia e concorrentes a partir da plataforma. Com isso, podem analisar padrões sobre quais motivos têm gerado mais demandas na justiça e qualidade das linhas de defesa apresentadas, por exemplo.
O conteúdo também pode ser usado por advogados e pessoas leigas diretamente a partir do site da empresa.
Gratuitamente é possível abrir até cinco processos por mês e receber alertas para ter notícias sobre até três deles.
Também há pacotes de assinaturas mensais, que partem de R$ 10,90 (plano do tipo permite abrir até 30 processos, por exemplo). Conforme aumenta o número de processos abertos ou monitorados, o valor aumenta.
O serviço foi lançado no segundo semestre de 2015.
Parte da empresa já trabalha no setor desde 2006, quando Camargo lançou o ClickJuris, um sistema de busca e monitoramento de palavras em diários oficiais, ainda sem as ferramentas de análise das informações e, por isso, mais simples do que o projeto atual. Camargo explica que a empresa trabalha para trazer os clientes de seu negócio anterior para o serviço lançado mais recentemente.
SEM ‘JURIDIQUÊS’
Outro projeto que tenta organizar o judiciário vem da empresa paulista Tikal Tech, também especializada em tecnologia para o segmento jurídico.
Ela lançou no início deste ano o serviço Seu Processo, que permite a pessoas leigas, a partir de nomes de pessoas e advogados, pesquisar processos em vários tribunais simultaneamente.
As buscas no serviço são feitas gratuitamente. A empresa possui planos pagos, com valores de R$ 9,90 a R$ 14,90 ao mês, para interessados em receber mensagens sempre que há alguma movimentação em processos escolhidos.
Para assinantes, a start-up oferece a possibilidade dde consultar advogados pela internet, para tirar dúvidas sobre o conteúdo dos processos encontrados.
Derek Odenkoven, presidente da Tikal, Tech, explica que a ideia é que profissionais independentes traduzam o “juridiquês”, porém sem dar palpites sobre o que deve ser feito, para não invadir o trabalho do advogado contratado pelo usuário do site.
Atualmente as questões são respondidas por advogados de escritório de um dos sócios da empresa. No futuro, poderão ser profissionais autônomos que ganham de acordo com o trabalho realizado, diz.
Por: Filipe Oliveira é repórter de ‘Mercado’. Escreve sobre empreendedorismo e pequenas e médias empresas.
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