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Texto original de Fernanda de Almeida, publicado pela Forbes
O metaverso será um divisor de águas para o mundo do trabalho. Esse universo possibilitará novas formas de trabalhar, apelidadas por Mark Zuckerberg de “escritórios infinitos”, e vai mudar as relações entre colaboradores e empresas, segundo Ronaldo Bahia, CEO da startup de recrutamento e seleção por meio de inteligência artificial JobConvo.
O bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft, previu em um post de final de ano em seu blog que “dentro de dois ou três anos a maior parte das reuniões online acontecerá dentro do metaverso”.
Atualmente, cerca de um milhão de empregos utilizam realidade virtual, mas em menos de 10 anos essa tecnologia estará presente em 23 milhões de empregos em todo o mundo, segundo um estudo da PwC, o que reforça a entrada de empresas e trabalhadores nesse mundo digital paralelo.
As dinâmicas corporativas já vinham sofrendo grandes mudanças por conta das ferramentas de videoconferência e colaboração online que dominaram o home office desde o início da pandemia. Entre janeiro e março de 2020, o lucro do Zoom cresceu mais de 1000%. A transformação desencadeada pelo metaverso deve ir muito além, mas pode levar mais tempo, segundo Bahia. As mudanças, no entanto, vão exigir um esforço por parte das companhias. “O metaverso ainda é uma caixa preta, e as empresas estão começando a se adequar e digitalizar seus processos”.
Saiba como esse universo, que está sendo construído por companhias como Meta, controladora do Facebook, e a própria Microsoft, já está moldando o futuro do trabalho e quais são as tendências trazidas por ele.
A comodidade é um dos principais benefícios do metaverso para os trabalhadores, já que tudo poderá ser feito de qualquer lugar, em espaços que simulam escritórios e outros ambientes. Isso já tem sido experimentado com a intensificação do trabalho remoto, mas, neste caso, as interações serão ainda mais complexas e oferecerão mais oportunidades do que uma simples call.
Aproveitando as possibilidades do universo virtual, duas gigantes asiáticas, Samsung e Hyundai, já utilizam a realidade aumentada em seus processos de recrutamento. Recentemente, elas realizaram feiras de emprego em um espaço no metaverso avaliado em U$700 milhões e conhecido como Gather Town. Treinamentos corporativos e entrevistas de emprego serão cada vez mais comuns nesse ambiente.
Eventos em ambientes virtuais podem ser até mais imersivos e acessíveis do que se fossem realizados no mundo físico, uma vez que nem todos poderiam estar em locais específicos em certas datas.
Para algumas pessoas, interagir virtualmente por meio do metaverso vai evitar desconfortos e ansiedade causados pela interação presencial, e pode ser até mais confortável do que falar por Zoom ou telefone.
Mesmo quando o metaverso se consolidar, não será acessível para todos. “Infelizmente, muita gente vai ficar de fora. Vai ser privilégio de poucos”, diz o CEO da JobConvo. Se por um lado a adoção de novas tecnologias e ferramentas amplia as oportunidades de trabalho, por outro, os custos elevados excluem pessoas que não têm acesso às novidades, como óculos de realidade virtual e luvas, por exemplo, usados para captar expressões, linguagem corporal e qualidade da voz dos usuários.
O metaverso ainda será responsável por intensificar a seleção de profissões que vão sendo substituídas ou criadas pela inteligência artificial. “O ideal é ir com cautela e cuidado, experimentando a nova tecnologia, oferecendo-a junto com outras opções, e obtendo o feedback dos usuários, sem deixar de lado as soluções já utilizadas”, orienta Bahia.
Cada vez mais intensa, a vivência em ambiente digital pode dificultar ainda mais a distinção entre real e virtual: “É algo que vai preocupar bastante do ponto de vista de saúde mental, já que o virtual vai ganhando cada vez mais peso em relação à nossa vida social offline”.
Outro ponto de atenção é o monitoramento dos funcionários, uma vez que os superiores poderão ter acesso a praticamente tudo o que o trabalhador faz. “Isso pode ser natural do ponto de vista de revisar o trabalho, mas não é saudável como forma de controle, infringindo determinadas políticas de privacidade”, diz Bahia”.
Será papel dos líderes garantir que as possibilidades trazidas pelo metaverso sejam construtivas e não levem ao esgotamento dos funcionários. “Se de fato vingar, a questão não será mais sobre a divisão casa-trabalho, mas sobre alcançar o equilíbrio entre o mundo virtual e o mundo físico. O RH vai precisar desenvolver novas políticas de trabalho para garantir práticas saudáveis no metaverso.”
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