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A nova aposta do Basement para competir com a Carta

evolução do Basement na direção de atender companhias maiores, inclusive de capital aberto, ocorre na esteira da aquisição do controle do negócio pela Vórtx, operação anunciada em maio.
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Por Finsiders

Fundado em 2019 como um spin-off da plataforma de equity-crowdfunding Kria (antiga Broota), o Basement surgiu para facilitar a administração do captable e das stock options pelas startups brasileiras. Aos poucos, o software as a service (SaaS) construído pela empresa começou a atrair grandes companhias, inclusive de capital aberto, em busca de uma plataforma digital para gerir seus programas de incentivo de longo prazo (ILPs), como stock options e outros formatos.

O interesse crescente de companhias maiores levou o Basement a repensar seu software para contemplar diferentes tipos de incentivos de longo prazo, para além das stock options. Com um investimento de R$ 500 mil, agora a startup está lançando oficialmente a nova versão da plataforma, num projeto que estava sendo desenvolvido há oito meses, revela Frederico Rizzo, CEO e cofundador do Basement, com exclusividade ao Finsiders.

“Ao atendermos companhias cada vez maiores, como Mercado Bitcoin, Arco Educação e CI&T, precisamos oferecer possibilidade de gestão que contemplem uma variedade maior de ILPs, como as RSUs [restricted stock units ou ações restritas, em português], destaca o empreendedor. “Hoje, dos R$ 6 bilhões em ativos de ILPs que temos, 80% já vêm dessas grandes empresas com esse novo produto”, cita.

Incentivos de longo prazo são usados cada vez mais por empresas de todos os portes como uma maneira de atrair e reter talentos. As stock options, por exemplo, são uma das modalidades mais comuns, mas nos últimos anos há uma diversificação maior entre os formatos, como indica uma pesquisa realizada no ano passado pela consultoria Willis Towers Watson. De 2016 a 2021, por exemplo, grandes empresas brasileiras reduziram a utilização de stock options em 10%, enquanto a preferência por ações restritas (RSUs) e ações por performance cresceu 20% e 420%, respectivamente.

Se as stock options dão direito ao funcionário adquirir, no futuro, ações da empresa por um preço fixado no presente (o chamado preço de exercício), as RSUs preveem a entrega de ações ao colaborador, mediante o cumprimento de um período de carência (conhecido como ‘vesting’). Nesse caso, as ações outorgadas são transferidas ao beneficiário sem necessidade de pagamento.

Frederico Rizzo, CEO do Basement. Foto: Divulgação/Basement

Frederico Rizzo, CEO do Basement. Foto: Divulgação/Basement

O que o Basement faz é automatizar toda a gestão dos ILPs, desde a criação e configuração dos programas, até o acompanhamento do ‘vesting’ e a contabilização de exercícios e resgates. Tanto é que o software é usado por diferentes departamentos das companhias, como jurídico, recursos humanos (RH), finanças e controladoria, além dos próprios colaboradores que têm um portal de acesso para visualizar a evolução das suas stock options ou ações restritas, por exemplo.

Além da administração de ILPs e captables, o Basement tem uma solução para digitalizar a gestão societária de S/As. “Trabalhamos com todas as rotinas de um departamento societário, como assinatura de atas, controle de mandatos de diretores e conselheiros, criação de livros societários”, exemplifica o fundador. Essa linha de receita vem ganhando impulso desde o ano passado, com a publicação da Lei nº 14.195, que prevê que os livros de registros de empresas sejam digitalizados, podendo ser autenticados de forma eletrônica.

Atualmente, o Basement atende mais de 200 empresas, incluindo S/As em geral, holdings de participações, empresas de capital aberto de diferentes setores e startups ‘late-stage’. Na lista de clientes estão nomes como SmartFitRD Station, e as fintechs Asaas e Cora, entre outros. “Nosso tíquete médio de clientes em ILPs quadruplicou”, conta Fred.

A evolução do Basement na direção de atender companhias maiores, inclusive de capital aberto, ocorre na esteira da aquisição do controle do negócio pela Vórtx, operação anunciada em maio. “O equity é um tema complexo. Nossa missão é criar um mundo com mais donas e donos, e facilitar a gestão de participações acionárias”, aponta o empreendedor.

Concorrência

A missão é nobre e, não por acaso, há outras empresas de olho na gestão de captables e programas de incentivo de longo prazo. A norte-americana Carta, que tem mais de 30 mil clientes globalmente e tem escritório no Rio de Janeiro, é um forte competidor. “Esse lançamento da gestão das RSUs nos posiciona para competir com nosso principal concorrente no mundo das startups, que é a Carta. Eles não oferecem esse produto”, diz Fred.

Outro concorrente de peso é a Pris Software, que no mês passado foi comprada pelo BTG Pactual. A companhia, que desenvolve soluções de consultoria, treinamentos e sistemas em remuneração variável, atende mais de 70 empresas, gerenciando em torno de R$ 15 bilhões em volume financeiro.

Existem, ainda, modelos de negócio como o da Velvet, que aposta na liquidez das stock options como um benefício para funcionários de startups. O negócio é liderado pelo peruano Carlos Naupari, e seu amigo de infância, o brasileiro Edouard Montmort.

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