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Para especialistas, tecnologia pode diminuir burocracia e ajudar Brasil a retomar a confiança depois das crises envolvendo governos e empresas privadas
Antes de abrir a discussão no painel “Blockchain unchained”, Tyler Bryson, vice-presidente da Microsoft para América Latina e Caribe, perguntou à plateia quantas pessoas trabalham em companhias que têm projetos em blockchain. Várias mão se levantam. Em seguida, Bryson afirma: o blockchain será a tecnologia do futuro. Em uma sala relativamente pequena no Fórum Econômico Mundial, em São Paulo, todas as cadeiras estavam tomadas. Por presidentes de grandes empresas, inclusive.
Durante o painel, o pesquisador brasileiro especialista em tecnologia, Ronaldo Lemos, defendeu que o blockchain pode ajudar a reduzir a “grande crise de confiança que vivemos hoje”. De acordo com a última pesquisa do Instituto Edelman, disse ele, apenas o setor privado e as ONGs têm a confiança de mais de 50% da população.
No agronegócio, por exemplo, o país teve recentemente escândalos com a indústria da carne. “O blockchain pode melhorar o rastreamento de produtos. Já há iniciativas no mundo em que permitem que o consumidor, no supermercado, use o qr code na embalagem do produto, consiga saber exatamente de qual fazenda veio aquele produto, quem foi o agente governamental que fez a inspeção”, diz Lemos.
Para a aplicação de processos em blockchain para empresas, Tyler Bryson, da Microsoft, afirmou que não é necessário revolucionar toda a cadeia de suprimento de uma vez. “As companhias que estão fazendo isso estão começando com um fornecedor só, não com toda a rede de fornecedores”, diz. “Cada empresa começa com um fornecedor, ou com um processo que pode melhorar. E esses projetos são feitos em semanas. A tecnologia é simples, e já é segura e confiável. Agora é questão de criar aplicações para ela”.
Outra oportunidade que ele vê para o uso do blockchain é na redução da burocracia. “É possível criar processos para acabar com a burocracia, podemos nos tornar líderes em tecnologia contra a burocracia, isso não falta para o Brasil, e é possível criar soluções criativas para isso”.
No campo da internet e segurança, a tecnologia pode permitir criar identidades digitais. “Há grupos que tentam fazer isso há anos, e agora finalmente temos uma aplicação que permite isso”, diz. “Não ter uma identidade digital faz com que seja possível espalhar fake news, e cria dificuldade em rastrear e combater crimes na internet”. “Com o blockchain, o problema não é mais a tecnologia, é criar um padrão para isso”, diz Ronaldo Lemos. Na política, um exemplo que já está em prática é o aplicativo Mudamos, que permite que os cidadãos criem projetos de lei e façam abaixo-assinados para que eles sejam votados no Legislativo.
Por Daniela Frabasile
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