A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Texto de Amanda Pioli e Andreia Barbalho para o Observatório AB2L
A gestão de dados é um assunto que está ganhando cada vez mais visibilidade no mundo atual e, com o aumento de tecnologias que ajudam em análises mais estratégicas e preditivas isso também se tornou uma realidade nos departamentos jurídicos. É evidente a importância de um software padronizado e bem alimentado para atender as demandas desses departamentos. Isso porque, o processo de automação torna o gerenciamento do contencioso muito mais ágil, diminui erros operacionais, aumenta a
produtividade, permite que o advogado esteja disponível para apoiar em questões mais estratégicas para o negócio, entre diversos outros benefícios. O software, desde que possua uma base robusta, torna possível a formação de uma base de dados confiável através da qual é possível realizar essas análises
estratégicas e que trazem benefícios para o negócio.
A partir disso, considerando que os dados estão disponíveis, é imprescindível saber como valer-se em benefício do negócio. A análise de dados consiste basicamente na transformação de dados e números em conhecimento e estratégia. Ou seja, tem potencial para apresentar insights que podem influenciar diretamente no planejamento e na tomada de decisão, de forma ágil e com embasamento em dados concretos.
Uma análise de dados com qualidade e eficiência é capaz de identificar riscos e oportunidades no contencioso, por exemplo, analisando o histórico de processos e pagamentos de condenação, podemos tomar a melhor decisão para os processos que estão em curso, se é melhor fazer um acordo, aguardar
o julgamento, alterar a tese de defesa e até avaliar a melhor forma de provisionamento da base. Outro fator importante é que a análise do contencioso também é capaz de trazer insights para atuação no consultivo.
Digamos que após analisar sua base de dados e condenações, notou-se que determinada região está com alto índice de entrada de processos trabalhistas com pedido de danos morais, através dessa análise é possível que o departamento jurídico, atuando como parceiro do negócio, traga soluções de medidas preventivas nesse local, como por exemplo treinamentos personalizados sobre o assunto, atuação do time de Compliance etc. Neste sentido, tais análises são capazes de identificar/propiciar:
Falhas operacionais;
Possibilidade de redução de custos;
Formas de atuação preventiva;
Gestão de riscos;
Definição de objetivos e metas;
Fazer previsões com um maior nível de assertividade.
Além disso, em uma análise ainda mais profunda, essas tecnologias nos permitem identificar quais tipos de processos a empresa está sofrendo condenações e em qual região, qual magistrado está julgando a favor e contra, se o acordo for a melhor opção qual o valor que poderíamos oferecer e se a concorrência vem encarando os mesmos problemas, ou seja, o uso dos dados com inteligência e criticidade pode ser um meio muito eficiente para eliminar problemas, podendo, inclusive, elevar a lucratividade.
Um contencioso que se baseia em dados consegue se antecipar a diversos problemas e apoiar os outros departamentos da empresa a realizar o que é primordial, visando, inclusive, a geração de novos negócios e consequentemente mais lucro à medida que faz a gestão dos riscos legais envolvidos.
Hoje em dia, o cliente interno espera que o departamento jurídico “pense fora da caixa” e apresente soluções inovadoras para os desafios que se manifestam no cotidiano organizacional. É desejado que a atuação seja realizada de forma propositiva, com agilidade e parceira, ou seja, que haja uma
participação ativa no negócio e não somente em questões burocráticas e legais. É esperado também que o jurídico tenha conhecimento do tipo de risco que realmente tem potencial de se concretizar no futuro afim de que não trave determinados projetos sem a real necessidade. Neste sentido, a análise
preditiva de dados e conhecimento do seu contencioso auxiliam o advogado corporativo nesse quesito pois ele será capaz de realmente entender o que tem possibilidade de se tornar um passivo e trazer soluções que minimizem o risco para o negócio.
Nota-se, portanto, a importância de o advogado corporativo se tornar um profissional “multitarefas”, o que inclui saber e ter prazer por trabalhar com dados, bem como que esteja envolvido no negócio de maneira aprofundada. Assim, considerando que os dados norteiam o mundo globalizado e altamente tecnológico, também podem e devem nortear o contencioso de um departamento jurídico, trazendo a possibilidade de análises mais estratégicas para que a tomada de decisão se dê de forma mais assertiva.
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