A AB2L iniciou suas atividades em 2017 e, desde então, escreve os capítulos de uma história que tem muito para contar sobre o ecossistema de tecnologia jurídica.
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Durante a minha vivência profissional, já lidei com dois principais tipos de transformações: as que modificam um pouco a rotina e aquelas que revolucionam a maneira de fazer as coisas. A tecnologia é capaz de ambas. Quando usada como ferramenta, melhora processos e economiza tempo. E quando aplicada de forma especializada, ela pode ser revolucionária. É o caso da tecnologia jurídica.
Já vi processos serem aprimorados através de automação e sistemas de TI, mas sabia que era possível fazer mais e revolucionar completamente a prática jurídica com o uso de Machine Learning, Inteligência Artificial, análises preditivas, data mining e outros processos que a computação permite.
Hoje, não são apenas entusiastas e startups que falam sobre o impacto da tecnologia na área jurídica. Instituições como o The Boston Consulting Group (BGC) e a Bucerius Law School engrossam o coro e apontam em relatório recente que o negócio dos escritórios de advocacia vai mudar completamente.
Rápido como um foguete
A maioria das empresas e setores jurídicos lidam com uma estrutura piramidal, com uma pitada de automação e alguns pontos de terceirização. A base da pirâmide inclui um grande número de profissionais iniciantes, que se sentem pressionados e buscam especialização.
Profissionais mais experientes, no entanto, costumam estar razoavelmente confortáveis nas suas funções e, infelizmente, ainda mantém um conhecimento superficial das potencialidades da tecnologia.
Esse modelo está mudando. A previsão do Boston Group e da Bucerial Law School é que o modelo de negócio no mercado jurídico passe da pirâmide para o foguete, transformando o business: além de advogados e especialistas em direito, escritórios de advocacia do futuro precisarão de equipes de TI e de profissionais que não necessariamente são bacharéis em Direito, como gerentes de projeto, assessores jurídicos, consultores, entre outros.
Ou seja, empregar profissionais que conhecem e compreendem a tecnologia e seus modos de funcionar será crucial para os escritórios. É hora dos profissionais da área superarem qualquer receio em relação à tecnologia e se esforçarem em compreender ao menos o básico – como sistemas automatizados operam, o que a programação permite fazer, quais as possibilidades novas trazidas por aprendizado de máquina, big data ou inteligência artificial.
O jeito de fazer negócios de hoje não será eficiente diante dos desafios de amanhã e das novas necessidades do mercado, já que a tecnologia jurídica será parte do cotidiano. Mais do que alguém que resolva pendências legais, os clientes buscarão por escritórios prontos para lidar com o mundo conectado, oferecendo aconselhamento jurídico, gestão de processos, consultoria tecnológica e uma equipe multidisciplinar.
O diferencial dos escritórios de advocacia do futuro será o portfólio de soluções tecnológicas desenvolvidas por eles, que vão poder ofertar produtos que atendem os clientes do início ao fim. Para isso, não basta automatizar tarefas repetitivas: será preciso adaptar o mindset da equipe, que precisará ter familiaridade com tecnologia para aliar o conhecimento jurídico com as potencialidades da computação para resolver questões complexas de forma criativa e eficiente.
Escritórios mais inovadores já se posicionam assim no mercado, com times de TI próprios, especializados em melhorar processos, personalizar soluções para os clientes e selecionar prestadores qualificados externos de tecnologia, mas ainda são iniciativas muito tímidas.
O futuro que eu vejo une tecnologia e direito para além da automação. E é assim que pensamos aqui na Justto: queremos estar prontos para a nova ordem global do business jurídico.
E você, como está se preparando para esse novo mundo?
Por: Michelle Morcos, fundadora e CEO da JUSTTO.
Fonte: www.migalhas.com.br
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