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Além da Faria Lima: Docato usa IA para simplificar burocracia jurídica de grandes empresas

Publicado em
Aem da Faria Lima
Imagem: Reprodução

A burocracia e complexidade do sistema judiciário brasileiro assombram as empresas. Chega a ser absurdo o tempo e dinheiro gastos com processos judiciais ou preparando documentos para pagar impostos e contribuições (pelo menos 2% do faturamento das grandes empresas é gasto com isso). E otimizar a gestão de todos os dados envolvidos nos processos é uma baita dor de cabeça.

Pois é. Foi esse cenário que motivou o empresário Vicente Barbur Neto a criar a lawtech Docato, em Ponta Grossa, no Paraná. Antes disso, Vicente já teve outras duas empresas, em 2014: o streaming de música hostess.fm e a plataforma para agendamento de consultas AvalDoc. Após vendê-las, tirou um tempo sabático para pensar qual seria o seu próximo negócio.

Ele sabia que queria resolver um grande problema, alguma dor latente e começou a olhar o mercado jurídico. Então, se aprofundou em um incômodo que tinha com relação à burocracia e complexidade que é coletar dados e documentos jurídicos de instituições públicas.

Nascia em 2017 a Minhas Audiências. Sim, este foi o primeiro nome da startup, que começou oferecendo serviços de correspondência jurídica a escritórios de advocacia. Logo, a empresa desenvolveu uma rede com mais de 20 mil advogados e foi conquistando escritórios de advocacia de bancos e telecoms como clientes. Vicente investiu mais de R$ 1,3 milhão para dar vida à empresa, somando um empréstimo feito pelo BRDE mais o dinheiro da venda das outras empresas.

Vicente Barbur Neto, fundador e presidente da paranaense Docato

Crescimento e uma pandemia para lidar
Foi em 2019 que a lawtech expandiu seu modelo de negócio e se tornou Docato, oferecendo serviços de inteligência artificial para reduzir o passivo jurídico de grandes corporações. Desenvolvedores da companhia criaram robôs para extrair dados de processos em diversos órgãos públicos. “O mercado das correspondências jurídicas era lucrativo, mas notamos que ele era limitado em relação ao crescimento agressivo que a Docato almejava”, conta Vicente.

Tudo ia muito bem, negócio escalonando, time crescendo e…… chegou a pandemia. A crise veio com tudo, freando drasticamente o crescimento da Docato. Segundo o presidente, a empresa chegou a operar com 5% do faturamento que tinha antes da pandemia e foi obrigada a reduzir o número de colaboradores.

“Tivemos que nos reinventar e pivotamos nosso modelo de negócio para ter uma atuação orientada a dados. Começamos a integrar soluções e a encontrar mais mercado, a enxergar como entregar mais valor. Estamos crescendo, desde então, focados em departamentos jurídicos, nos contenciosos massificados, com serviços baseados em dados para entregar mais valor direto no sistema de gestão do cliente”, diz.

Uma das conquistas mais recentes da lawtech foi obter a certificação Great Place to Work, que atesta a excelência da empresa no desenvolvimento e na gestão dos recursos humanos. O score foi 91, melhor desempenho de uma empresa da região.

Com a engrenagem de volta aos eixos, o próximo passo da empresa é negociar aportes de capital. Para tal, pretende trazer pelo menos mais 10 grandes corporações à sua base de clientes. Hoje a Docato atende 70 escritórios de advocacia e, diretamente, mais de 250 clientes como Stone, Creditas, MadeiraMadeira, entre outros.

Texto original de Fabiana Rolfini, publicado pela Startups

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